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Dormir bem prolonga a vida, aponta pesquisa

Levantamento avalia duração do sono e fatores como o repouso

Publicado em: 11.03.2023 às 08:00

Dormir bem pode ter papel essencial em ajudar seu coração e a saúde de um modo geral – e talvez até em quanto você vai viver. É o que diz pesquisa apresentada no Congresso Mundial de Cardiologia.

O estudo descobriu que pessoas jovens que têm hábitos de sono mais benéficos são proporcionalmente menos suscetíveis a morrer cedo. Mais do que isso, os dados sugerem que cerca de 8% das mortes por qualquer causa podem ser atribuídas a padrões de sono insuficientes.

“Vimos claramente uma relação de dose/resposta. Quanto mais fatores benéficos alguém tiver em termos de qualidade do sono, mais passos dá para baixar os riscos de mortalidade por causas cardiovasculares”, disse Frank Quian, médico residente no Centro Médico Beth Israel, que faz parte da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Ele é um dos autores da pesquisa.

Pesquisa avaliou, além da quantidade de horas dormidas, o número de vezes por semana em que havia dificuldade para pegar no sono
Pesquisa avaliou, além da quantidade de horas dormidas, o número de vezes por semana em que havia dificuldade para pegar no sono Foto: Adobe Stock
“Estes resultados apontam que só ter horas suficientes de sono não é o suficiente. Você realmente tem que ter sono reparador e não ter muito problema para pegar no sono e continuar dormindo.” Qian e a equipe analisaram dados de 172.321 pessoas (em média com 50 anos de idade, 54% mulheres) que participaram da Pesquisa nacional de Saúde entre 2013 e 2018. Trata-se de um levantamento de campo feito todo ano pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) e pelo Centro Nacional de Estatísticas de Saúde dos EUA.

Qian comenta que é o primeiro estudo a usar uma população nacionalmente representativa e relacionar os dados de vários padrões e comportamentos de sono, não só duração do período de repouso, com a expectativa de vida. 

Números da pesquisa são significativos

Como os pesquisadores puderam cruzar os dados dos participantes com os dados nacionais de falecimentos, eles puderam examinar a associação entre fatores de sono e a mortalidade, incluindo as causas.

Os participantes foram acompanhados durante em média 4,3 anos, período durante o qual 8.681 pessoas do grupo morreram. Destas mortes, 2.610 (30%) foram de causas cardiovasculares, 2.052 (24%) foram de câncer e 4.019 foram de outras causas.

A equipe de pesquisadores avaliou os diferentes fatores de qualidade do sono usando uma classificação de risco criada a partir dos dados disponíveis na pesquisa nacional.

Os fatores incluíam: duração ideal do sono de sete a oito horas por noite; dificuldade de pegar no sono por não mais que duas noites por semana; dificuldade em permanecer dormindo não mais que duas noites por semana; não usar medicamentos para dormir; sentir-se descansado depois de levantar pelo menos cinco dias por semana.

Cada fator contava zero ou um ponto, até um máximo de cinco pontos, que indicava a máxima qualidade de sono.

Comparados a indivíduos que tiveram zero ou um ponto favorável para os padrões de sono, aqueles que tiveram cinco pontos tiveram 30% menos chance de morrer por qualquer motivo, 21% menos possibilidade de morrer por doença cardiovascular, 19% menos chance a morrer de câncer e 40% menos possibilidade de morrer de outras causas que doença cardíaca ou câncer. Qian disse que essas outras causas incluíam acidentes, infecções e doenças neurodegenerativas.

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