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Um presente de Natal que carrega o verdadeiro espírito dessa época está sendo dado a pessoas em situação de rua por meio do projeto Jesus que nasce nas ruas. Pelo segundo ano consecutivo, voluntários se reuniram para realizar uma véspera de Natal, 24 de dezembro, especial de acolhimento e confraternização por meio uma série de atividades, em Novo Hamburgo.
O coordenador da iniciativa, Jelson Pereira, conta que desde o início da tarde os voluntários começaram a receber as pessoas na Igreja Ágape, em Novo Hamburgo. "Quando eles chegam, primeiro fazem o corte de cabelo, unhas, escolhem uma roupa e vão tomar banho. Na sequência, recebem um lanche e uma sobremesa antes da exibição do filme Superação", fala Pereira, ao dizer que no início da noite, às 19 horas, terá uma celebração e mensagem natalina na Praça Punta del Este. "Após a celebração, voltamos para a igreja onde ocorre o momento mais legal: a ceia. É a hora em que reunimos nossas famílias, sentamos junto com eles ao ponto de que não se consegue distinguir quem está em situação de rua", afirma.
Neste ano, são esperados aproximadamente cem pessoas na ação. A recicladora Lilia da Rosa de Souza, 43 anos, que já havia participado no ano passado, participou novamente. "Recebi o convite e vim para este dia de princesa. Que bom que algumas pessoas lembram que existem moradores de rua", afirmou, enquanto fazia a maquiagem. Lilia também fez as unhas e arrumou o cabelo. Quem também fez as unhas e alisou o cabelo foi Cátiane da Silva, de 42 anos. "Para todos nós esse é um dia importante." Para Jonathan Souza Flesch, de 25 anos, o projeto será um divisor de águas. "Não vou esquecer nunca desse dia. Deus colocou essas pessoas que nos deram carinho para nos ajudar", fala, ao dizer que no próximo ano tem o objetivo de sair da rua e começar a trabalhar.
E não é só Jonathan que não vai esquecer desse dia. Para os voluntários, o projeto também é muito marcante. O autônomo Acácio Júnior da Silva de Quadros, 29 anos, frisa que eles só estão oferecendo ao próximo o que é deles por direito. "Damos roupa, comida, um banho. Não julgamos ninguém. Muitos conseguem relembrar como é estar em família. Há dois anos, abdico de estar com os meus familiares neste dia para estar com eles."
