Publicidade
Mãe e filha foram detidas e levadas para a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), onde prestaram depoimento. Elas foram autuadas em flagrante por posse ilegal de arma de uso restrito.
O namorado da jovem foi identificado como João Victor Friederich de Oliveira, 31 anos. Em 2017 ele foi preso com droga sintética em uma danceteria de Novo Hamburgo. Já tinha sido condenado por roubo com reféns em uma casa na cidade de Portão. A suspeita é que ele esteja morto.
Quando a Brigada chegou ao apartamento da Marcílio Dias, João Victor Friederich de Oliveira não estava mais no local. Imagens das câmeras de segurança do condomínio mostram dois homens com arma na cintura e distintivo da Polícia Legislativa da Câmara Federal na recepção. Eles foram recebidos pela vítima. As imagens mostram a dupla armada saindo do apartamento com o corpo de Oliveira, que foi colocado no porta-malas de uma SUV Mercedes-Benz de cor preta e com placas clonadas.
A investigação aponta que por volta das 4h40 de sexta - menos de duas horas depois da ocorrência no apartamento do bairro Rio Branco - a caminhonete Mercedes-Benz passou pelo pedágio de Portão já no sentido interior-capital. O veículo estaria voltando a Novo Hamburgo após a desova do corpo em local ainda desconhecido. Na noite de sexta uma equipe da Brigada Militar localizou a caminhonete no bairro Primavera, em Novo Hamburgo, mas os dois homens conseguiram fugir. Horas depois, já na manhã de sábado (7), o mesmo veículo teria sido visto entre Estância Velha e Portão. No domingo apareceu queimado na Estrada do Luizinho, área rural de Portão.
Além da cena do crime no apartamento, do material apreendido no local, dos depoimentos de mãe e filha e das imagens das câmeras do condomínio, outros vestígios compõem a investigação: um lençol e um cobertor com manchas de sangue deixado pelos dois homens armados em um matagal na Rua Cambaí, bairro Primavera. Eles estavam com a Mercedes-Benz no local quando a BM apareceu. Na fuga, deixaram lençol e cobertor para trás e saíram em alta velocidade pela BR-116 em direção a São Leopoldo. As peças que cobriam o corpo quando foi retirado do apartamento e jogado no porta-malas da caminhonete foram recolhidas para perícia.
Mais de um ponto aproxima o crime ao meio político. Primeiro foram as placas de carro oficial da Câmara dos Deputados encontradas no apartamento onde também havia mais de R$ 2 milhões em dinheiro vivo. Segundo a assessoria de comunicação da Casa, as peças são falsificadas. Outro ponto é que tanto a vítima quanto um dos homens armados que aparecem nas imagens do condomínio seriam assessores de um deputado estadual de São Paulo, informação que ainda não foi confirmada pela Polícia Civil.
