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Um ano após enxurrada histórica, veja quais obras estão prontas e quais ainda faltam

Entre os dias 8 e 9 de março do ano passado, mais de 100 milímetros de chuva registrados em poucas horas 'lavaram' a cidade; como está a cidade agora, após a contabilização e recuperação dos estragos?

Por Bianca Dilly
Publicado em: 13.03.2020 às 03:00 Última atualização: 13.03.2020 às 13:23

Muro do Colégio Wolfram Metzler caiu com a chuvarada de 2019, e diretora Soedi Azeredo aguarda com expectativa o início das obras, previsto para começar nos próximos dias Foto: Bianca Dilly/GES Especial/Bianca Dilly/GES-Especial

Era noite de sexta-feira, 8 de março. Em um primeiro momento, o barulho da chuva batendo no telhado vinha com a impressão de que eram realmente "as águas de março fechando o verão". Mas a instabilidade se intensificou e até as 9 horas do sábado a precipitação chegou a 113 milímetros, de acordo com a MetSul Meteorologia. Durante algumas horas, choveu mais do que a média histórica do mês inteiro, de 91 milímetros. A enxurrada lavou Novo Hamburgo.

Reflexos

Ruas alagadas nos bairros Canudos, Guarani, Industrial, Santo Afonso, Ideal, Rincão, Roselândia, Centro. Algumas famílias desabrigadas e outras que perderam tudo dentro de casa. Atendimento interrompido no Pronto Atendimento e Hospital Dia da Unimed Vale do Sinos.

Estabelecimentos comerciais calculando prejuízos. Uma cratera que apareceu na Avenida Sete de Setembro. E a queda de parte do muro do Colégio Estadual Wolfram Metzler. Agora, um ano depois, como ficaram os estragos que permanecem na memória dos hamburguenses?

A novela do muro

O trecho do muro que desabou segue igual, 370 dias depois: aguardando a reconstrução. A nova expectativa é que o conserto se inicie na próxima semana.

"Não vamos arrumar apenas a parte que caiu. Se fosse isso, já teríamos feito no mesmo mês. O muro está condenado e precisa ser reformado em todo o contorno", explica a diretora, Soedi Azeredo.

Para isso, será feita a demolição de 233 metros, com posterior drenagem, instalação de painéis pré-moldados e telas. Um portão que fica ao longo do muro também será reformado. O investimento é de R$ 343.040,14, do governo do Estado, por licitação.

Obras

A ata de início das obras foi assinada em 18 de fevereiro e a previsão é de que a conclusão ocorra em até 120 dias. "Eles começaram pela reforma de seis salas, que estavam incluídas no projeto. São nossas salas mais antigas, que receberão novo telhado, forro e fiação elétrica", sublinha. Ela espera que os aditivos não atrasem as obras.

Limpeza de arroios entre as medidas adotadas

Em diversos bairros, o problema era o mesmo: a falta de vazão em arroios hamburguenses. Nesse sentido, outro trabalho realizado foi a limpeza e desassoreamento dos arroios Luiz Rau, Pampa, Gauchinho e Wiesenthal.

Para executar o serviço, a Prefeitura solicitou ao Estado o envio de dragas, promessa que não se cumpriu. "Não podíamos esperar para continuar o serviço. Temos um contrato dentro da secretaria que contempla a opção de diversas máquinas e usamos o orçamento para contratar uma escavadeira de braço longo", pontua Ferreira.

Assim, desde a segunda quinzena de junho do ano passado, está ocorrendo a desobstrução dos quatro principais arroios e de outros 20, menores, interligados aos demais.

50 minutos

Cinquenta minutos foi o período de maior intensidade da chuva naquela madrugada. A cena de motoristas ilhados dentro dos próprios carros se repetiu em locais como os bairros Centro e Ideal. Além disso, a água que entrou dentro de residências fez famílias perderem todos os móveis.

 

Principais problemas foram mapeados

Para a Prefeitura, o trabalho de reconstrução também foi intenso. De acordo com a prefeita, Fatima Daudt, o plano de contingência já estava pronto e auxiliou no atendimento às demandas que podiam ser rastreadas.

Mas, além dele, a enxurrada trouxe transtornos que não poderiam ser previstos e a possibilidade de contorná-los.

"Nós conseguimos mapear toda a cidade, todos os casos de alagamento que ocorreram naquele dia. Este mapa serviu para buscarmos as soluções, entender por que aconteciam e foi aí que a gente viu problemas como os de canos em que chegavam cinco metros cúbicos de água e viravam um cano de um metro", exemplifica.

R$ 1 milhão em galerias

Um dos casos inesperados foi o da cratera aberta na Avenida Sete de Setembro. "Nós chegamos para a prefeita e apresentamos as duas opções que a gente tinha. A primeira delas era aterrar a cabeceira da ponte e manter reduzido o fluxo de águas ali.

A outra opção seria fazer a gestão dos contratos e investir no alargamento da passagem de água, instalando galerias", descreve o secretário de Obras Públicas, Serviços Urbanos e Viários, Raizer Ferreira.

A segunda possibilidade foi a escolhida e um extravasor com dois metros de altura, um de comprimento e três de largura foi colocado no local, junto ao Arroio Luiz Rau. A obra foi feita com R$ 500 mil, de recursos próprios e liberada em pouco mais de três meses.

"E a prefeita perguntou, na época: como nós estamos adiante? Eu respondi que adiante nós temos uma ponte com limitação, com passagem inferior, que é a ponte da Rua Manágua", frisa, sobre uma obra que foi realizada posteriormente, de outubro do ano passado a março deste ano, também com investimento aproximado de R$ 500 mil.

Rua Bertoldo Rech

Obra para evitar alagamentos na Rua Bertoldo Rech Foto: Divulgação/PMNH
Assim como ocorre historicamente, a Rua Bertoldo Rech, no bairro Rondônia, foi outra que ficou tomada pela água na enxurrada histórica. Por isso, está sendo executada, desde o início do mês, uma obra de drenagem com cem metros de rede pluvial na Rua Carlos Dienstbach, de forma a auxiliar na vazão do local. Ferreira diz que os trabalhos já estão 50% concluídos e, se as condições climáticas permitirem, as obras podem terminar antes do prazo previsto de 60 dias. O investimento é de R$ 244.205,47.

Rua 24 de Maio

Canalização do Arroio Luiz Rau, na 24 de Maio com a Nações Unidas Foto: Inézio Machado/GES
Mais um ponto que ficou alagado no dia 8 de março do ano passado foi a Rua 24 de Maio, nas proximidades do cruzamento com a Avenida Nações Unidas. Desde o início de fevereiro, a canalização começou a ser instalada no local. O contrato é de seis meses, mas o secretário estima que a obra leve, no máximo, 90 dias para ficar pronta. São cerca de R$ 650 mil de investimento, em um projeto que engloba outras melhorias na Rua China.

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