O retorno às missas presenciais no Santuário das Mães, no final de semana, foi marcado por situações que nunca seriam imaginadas por fiéis, ministros e padres no templo religioso. A primeira é a distribuição de fichas numeradas de 1 a 30, limitando a presença em 30 fiéis, seguida de recepcionistas usando máscaras de proteção e luvas, oferecendo álcool gel e explicando que as intenções deveriam ser escritas pelos próprios fiéis, além dos bancos marcarem a distanciamento entre os participantes e, para completar, a distribuição da Santa Ceia com o padre usando máscara.
"Sou padre há quase nove anos e nunca tinha passado por uma situação igual. A gente está aprendendo com essa realidade", declarou o monsenhor Valnei Armesto, que celebrou a missa das 9h30 de domingo (19), quando menos de 20 pessoas participaram.
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As medidas foram tomadas obedecendo o que diz o decreto municipal hamburguense, que permite missa com até 30 pessoas, mantendo um distanciamento interpessoal. A ideia é evitar mesmo aglomeração e, por isso, explica o reitor do Santuário, padre Eduardo Padim Saraiva, o pátio em torno do pátio também foi isolado para que ninguém usasse o espaço. "Se não tivesse essa pandemia, o estacionamento estaria cheio", completou o zelador Luiz Martins no domingo, que auxiliava na recepção das pessoas na porta da entrada do templo.
O reitor de Santuário declarou que a participação ficou em média de 20 pessoas por celebração. No domingo pela manhã, por exemplo, a maioria delas usava máscaras e eram de diferentes cidades.
Amigas de Parobé, a aposentada Celestina Jahn, 51 anos, e a assistente social Gislaine Hennemann, 38, usavam máscaras, passaram álcool gel antes de entrar no templo e sentaram no mesmo banco mantendo a distância demarcada. "Acho bom esse cuidado. Acho que isso vai passar, mas é preciso ter respeito com si e com a outra pessoa", declarou Celestina, que aceitou o convite de Gislaine para ir ao Santuário. "Domingo de Páscoa foi semana passada e não se completa sem missa. Que boa essa oportunidade", acrescentou Gislaine.
O químico Eliseu Lopes, 45, e a filha Kassiane Lopes, 6, de São Leopoldo, também participaram. "Viemos seguido ao Santuário e acabamos vindo para a missa", completou logo após ajustar a máscara em sua filha.
Outro casal que aprovou o retorno de forma presencial foi o motorista Dércio Kunst, 62, e a sua esposa a dona de casa Lurdes Arnold, 61, porém sem uso de máscaras de proteção. "Acho bom que podemos vir na missa, pois tínhamos o hábito de participar duas vezes por mês no Santuário", declarou Lurdes.
A mensagem do domingo lembrou a Festa da Divina Misericórdia, instituída por São João Paulo II em 2000. Segundo o reitor do Santuário das Mães, padre Eduardo Saraiva, como todos pecam, todos experimentam a infinita misericórdia de Deus que perdoa. "Neste tempo de pandemia é momento de entregarmos nossas vidas, as vidas de nossos familiares, de nossos governantes, dos profissionais da saúde, nas mãos da Misericórdia de Deus que nos ama e não esquece de nós, pela intercessão de nossa Mãe Maria Imaculada que nos protege", frisa o reitor do Santuário das Mães.
Além das missas no final de semana, elas retornarão de segunda à sexta-feira, sempre às 16 horas, com abertura do acesso às 15h30, também com o limite máximo de 30 pessoas.
O pastor Fernando Garske da Comunidade Evangélica Luterana São Paulo (IELB), do Centro, diz que o retorno dos cultos presenciais está em análise. "Se tiver retorno será com cuidado e com inscrições para participar", ressalta, frisando que o retorno obedecerá o que diz o decreto. Enquanto a decisão não ocorre, permanece o culto online, às quintas-feiras, a partir das 20 horas. De uma semana para outra, quando o material fica disponível no youtube, fica próximo de 1 mil visualizações. "Temos um acréscimo de pessoas que assistem o culto online, já que regularmente reúne cerca de 300 pessoas em final de semana", exemplifica.