Polícia investiga a morte de dois DJs em Novo Hamburgo

Dois DJs de Porto Alegre sem vinculação conhecida com o Vale do Sinos são encontrados mortos na área da Prainha, em Novo Hamburgo. Cada um com quatro tiros de pistolas na cabeça. Os corpos estão à margem da Estrada da Integração Leopoldo Petry, atrás de um Gol branco com as portas do lado do motorista e porta-malas abertos, em nome de uma revenda de veículos de Cachoeirinha. Um de bruços e outro de costas.

A Polícia Civil tenta desvendar o duplo homicídio, que teria ocorrido entre a noite de sexta e madrugada de sábado. A hipótese de assalto não está descartada, mas é considerada remota. O DJ mais conhecido é Leonardo Scherer Kologeski, 21 anos, nascido em Guaíba, morador de Porto Alegre e com família em Tapes. O outro é Diego Lafourcade, 36, que já teve empresa de segurança e eventos na capital, onde nasceu e morava. Os dois também se identificavam como técnicos em sonorização. Nunca foram presos e não tinham antecedentes criminais.

O carro

A Delegacia de Homicídios tenta entender como foram parar em Novo Hamburgo. A trabalho não seria, pois festas estão proibidas em razão do coronavírus. "Em princípio foram mortos ali mesmo. Estamos aguardando a perícia para saber o calibre usado", declara o delegado Márcio Niederauer. O Gol abandonado estava com eles. "Uma das vítimas estaria negociando o veículo", revela o delegado, que prefere não detalhar os rumos da investigação. A Brigada Militar foi avisada às 7h30 de sábado sobre os cadáveres.

"A vida às vezes é tão cruel", lamenta pai

"Está muito difícil continuar essa caminhada, mas tenho que tentar seguir em frente. Fui surpreendido tão repentinamente com uma partida precoce do meu único filho", lamentou o comerciante Selomar Kologeski, 55, nas redes sociais, com fotos de Leonardo desde a infância. Em um vídeo antigo, pai e filho cantam ao som de gaita e violão. "A vida às vezes é tão cruel. Tirou de mim o meu único e eterno companheiro." Em seu perfil no Facebook, DJ Leo Kologeski, como era conhecido, lamentava o impacto do coronavírus no trabalho.