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Notícias | Novo Hamburgo Além da pandemia

O jogo de xadrez dos ônibus hamburguenses: o que está em jogo?

Em meio a uma imersão na crise da pandemia, linhas de transporte precisam de aporte público, mas Prefeitura não tem o valor necessário

Por João Victor Torres e Matheus Beck
Publicado em: 19.06.2020 às 03:00 Última atualização: 19.06.2020 às 11:27

Empresas alegam que acumulam prejuízos devido à queda do número de passageiros Foto: Inézio Machado/GES
O simples fluxo dos ônibus em Novo Hamburgo aos domingos entrega um prejuízo de R$ 5 mil às linhas. Obviamente, a premissa se estabelece devido às consequências econômicas da pandemia do novo coronavírus. E este é apenas um dos sintomas da enfermidade estabelecida ao transporte público hamburguense. A pauta, no programa Ponto e Contraponto, da Rádio ABC FM 103.3 oportunizou, novamente, espaço para a procuradora-geral de Novo Hamburgo, Fernanda Luft, tratar do assunto delicado. Em mais uma oportunidade, ela afirmou que momentaneamente não há uma solução visível para o problema ou a popular "luz no fim do túnel".

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"A gente está com reuniões diárias praticamente com as empresas pra tentar manter os serviços de uma forma adequada. Tínhamos até março 110 veículos operando pela cidade, hoje temos 45", descreveu. As frotas não possuem mais cobradores, teve demissões, rotas reduzidas, mas o negativo permanece. "Aqui em Novo Hamburgo se transportava uma média de 35 mil pessoas por dia. Se passou a transportar 4 mil pessoas por dia. Então, é um sistema que não se paga mais", exemplificou. Dessa forma, com as empresas faturando somente sobre a tarifa, a procuradora afirma que a redução chegou a 70%.

Socorro às empresas

Na quarta-feira, a secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Roberta Gomes de Oliveira, participou da sessão da Câmara de Vereadores e esclareceu que as empresas apresentaram nova proposta reivindicando auxílio mensal de R$ 627 mil para manutenção do serviço na cidade.

O valor é quatro vezes maior do que o oferecido inicialmente pela Administração, que ficava na casa dos R$ 150 mil. Apesar disso, no dia seguinte, as concessionárias recuaram. Posteriormente, o Município voltou a fazer cálculos, mas os empresários do setor trouxeram novas estimativas. "No período de pandemia a passagem equivaleria ao valor de R$ 7,15 para que ela fosse cobrir (os prejuízos) numa simulação, não que a passagem seja (ou vá para esse valor), mas simulando qual seria. A diferença aproximadamente solicitada por eles é de R$ 627 mil", complementou a secretária.

Busca de um acordo

A secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Roberta Gomes de Oliveira, reconhece que o momento é de "bastante insegurança", porque a situação ainda não está sacramentada entre as duas partes e a indefinição persiste. "A Procuradoria-Geral do Município (PGM) está elaborando um projeto de lei onde a gente pretende alcançar um valor que se entende que será necessário, um valor maior do que R$ 150 mil, não sei se vamos conseguir chegar a R$ 600 mil, então vamos compor qual é o valor mais razoável para enviar à votação na Câmara", pontuou a titular da pasta, acerca do assunto ainda sob uma indefinição. O debate busca não penalizar o usuário.

Sem horário de pico frequente

Com as diferentes formas de trabalho - algumas delas residenciais - e também demissões, tem sido difícil realizar alguns prognósticos para operar a frota. De acordo com a procuradora do Município, teve semana em que o horário de pico ocorreu próximo às 15 horas, assim, gerando as tão reprovadas aglomerações.

Veículos extras e os custos

E seguindo novamente os protocolos de saúde que preveem distanciamento, as adições de carros em horários de picos passaram a surgir. Sem demanda em alguns dias e com mais uma geração de custos, o problema também parece ser um adicional às dúvidas já previamente existentes. Eis mais um dos impasses estabelecidos.

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