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Quando a realização de testes para diagnosticar a Covid-19 começou a despontar como uma necessidade na região - e a única alternativa pública já demonstrava sinais de esgotamento, uma parceria entre a Universidade Feevale e a Associação de Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvars) se apresentou como solução. Ainda com a realidade da pandemia do novo coronavírus chegando ao Estado, o Laboratório de Microbiologia Molecular da instituição hamburguense foi o primeiro a propor o convênio que, até então, era inédito aqui. Desde o dia 29 de março, a Feevale presta o serviço, em um acordo com prefeituras e outros parceiros. Agora, se aproxima dos dez mil exames entregues.
Além de ter relação com aumento de contaminação na região, o incremento nas confirmações para a Covid-19 também se deve às ampliações efetuadas pela instituição nos últimos 120 dias. No começo, eram realizados em torno de 50 exames diários - agora, a quantidade já foi ampliada em cerca de 400%. "A gente está recebendo, em média, 250, 260 testes por dia, que é o que temos capacidade para processar no momento. Mas percebemos que o número de coletas encaminhadas vem crescendo bastante", diz a diretora de Inovação, Daiana de Leonço Monzon.
O coordenador dos exames e professor da instituição, Fernando Spilki, confirma a expansão do serviço. "A demanda vem aumentando, conforme era esperado. Isso ocorre até em virtude da questão climática, já que sempre temos problemas com doenças respiratórias no inverno no Rio Grande do Sul. Se intensificou bastante no último mês", pontua.
De lá para cá, as parcerias e solicitações do serviço prestado pela Feevale se ampliaram. "Atualmente, temos convênio com cerca de 35 municípios. Temos a parceria com a Amvars, Consórcio Intermunicipal do Vale do Rio Caí (CIS-Caí) e outras cidades isoladamente, além de ações com entidades", ressalta Daiana.
Segundo o reitor da Universidade Feevale, Cleber Prodanov, a realização de testes no laboratório está ligada à pesquisa aplicada à sociedade. "Quer dizer, a pesquisa não é algo isolado, de prateleira, que fica restrita aos laboratórios. A pesquisa pode ter, principalmente, caráter mais social", explica. E este é o caso do Laboratório de Microbiologia Molecular da instituição. "Além de investigar toda a questão envolvendo vírus, doenças e suas complexidades, também dá respostas e traz soluções. Por isso que a Feevale se envolveu nesse processo desde o início e tem, neste e em tantos outros laboratórios, uma maneira de colaborar nesses momentos difíceis para a sociedade", acrescenta.
Nesse sentido, conclui que a universidade não existe apenas para ser um lugar onde os alunos têm suas aulas, "mas para que também possamos aplicar o conhecimento que é gerado por aqui".
Em junho, foram 3.236 amostras processadas. Até a semana passada, julho já registrava 2.013 testes, faltando duas semanas para o mês terminar. 48 horas é o prazo de entrega dos resultados firmado com as prefeituras.
A partir da parceria fechada com a Amvars, por exemplo, a Feevale adquire os kits necessários para a realização dos testes e há uma quantidade estabelecida para cada município. São as próprias Secretarias de Saúde que fazem a coleta das secreções respiratórias de pacientes suspeitos e depois o material é entregue no laboratório. Professores e estudantes de Farmácia, Biomedicina, Medicina Veterinária e Ciências Biológicas, além de alunos da pós-graduação, são responsáveis pelas análises.
