Em postos da região, gasolina subiu R$ 0,30 no intervalo de 24 horas

Na manhã de quinta-feira (1º), o motorista de aplicativo Ceneri Keller, 43 anos, estava calibrando os pneus do veículo e teve a atenção chamada pelo novo valor do combustível. "Abasteci na quarta-feira (30) a R$ 4,09 e agora já tem postos vendendo a R$ 4,39", lamentou. Os acréscimos de valores foram praticamente padronizados pelos postos durante ontem. A reportagem do Jornal NH circulou e encontrou alguns com a venda por R$ 4,29 na Avenida 7 de Setembro. Nas Avenidas Bento Gonçalves, Nicolau Becker e 1º de Março, os preços estiveram na faixa de R$ 4,39.

Ainda na terça-feira (29), a Petrobras havia anunciado reajuste. A princípio, a gasolina sairia custando 5% a mais, já o diesel (S10 e S500) teria o acréscimo de 3% do valor. A Associação Brasileira das Importadoras de Combustíveis (Abicom) esperava que os impactos dos reajustes seriam de R$ 0,0489 no litro do diesel e de R$ 0,0831 no litro da gasolina. O constatado, pelo menos no Centro de Novo Hamburgo, entregou cifras superiores. Mesmo com as mudanças, o Procon de Novo Hamburgo não recebeu nenhuma denúncia formal por parte da população relativa ao aumento recente do preço dos combustíveis nos postos. Denúncias podem ser realizadas no e-mail procon@novohamburgo.rs.gov.br.

O peso no bolso pode ultrapassar os 20 reais

O preço nas bombas subiu de maneira rápida. Ainda na quarta-feira, alguns postos de combustíveis da região ofertavam o litro da gasolina comum pelo custo de R$ 3,95. Um dia depois, já na manhã de ontem, as mesmas bombas comercializavam o litro ao valor de R$ 4,39. A diferença de 44 centavos, se colocada na ponta do lápis, pode gerar um grande problema para o bolso dos condutores. Em um veículo com o tanque com capacidade de 55 litros, o custo de uma pausa no posto de gasolina para completar o recipiente adiciona R$ 24,20 em relação ao que seria cobrado no meio da semana no mesmo estabelecimento.

Aumentos da Petrobrás e possível recuperação

O consultor especializado no mercado de combustíveis e diretor da ES-Petro, Edson Silva, avaliou a situação e afirmou que a justificativa para os aumentos não possuía relação com a nova gasolina. Sem a atualização comparativa dos valores operados nos postos - que não é atualizada pela Agência Nacional do Petróleo desde o fim de agosto - Silva afirmou ter dificuldades para um parâmetro. "O fato é que a Petrobras praticou dois aumentos nas refinarias desde o dia 23, portanto no espaço de uma semana, aumentou em pouco mais de 8%. Há também o aumento do preço do anidro. O anidro que é misturado a gasolina nas refinarias na base de 27%, teve no mês de setembro um aumento de 3,44%. E certamente deve haver alguma recuperação de margem dos postos", avaliou.

Sulpetro não intervém em preço cobrado

A Sulpetro disse que os preços são decisões individuais de cada posto revendedor, influenciados por diversos fatores, e que o sindicato não interfere ou regula os mesmos.