Internações por Covid-19 estabilizaram em níveis altos, alerta especialista

Novo Hamburgo ultrapassou a marca de 200 mortes relacionadas à Covid-19, conforme boletim divulgado pela Prefeitura no início da tarde de segunda-feira (9). Já são 201 vítimas. O primeiro óbito no Município foi registrado no dia 30 de março. No dia 5 de agosto, este número chegava a 100. Levou apenas três meses para ele dobrar. Os novos registros coincidem com aumentos de demanda no Centro de Triagem Covid, como o do último final de semana, em que 184 pacientes foram acolhidos. O número é 34% maior do que na semana anterior, quando foram realizadas 137 consultas.

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Em função da demanda, a Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH) informa que foi necessário, inclusive, o suporte de médicos das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). "Quando há a possibilidade, podemos remanejar os profissionais, para dar agilidade em um local que esteja precisando mais", explica a diretora administrativa e financeira da FSNH, Itajanara Berlitz.

A alta ainda ocorre após a semana em que foi confirmado o recorde de triagens em apenas um dia durante toda a pandemia - a última terça-feira, com 98 pessoas recepcionadas. "Quando avaliamos números da região, vemos uma estabilização há muitas semanas em níveis altos, ainda na faixa de mais mil casos novos semanais na R07", frisa o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia e professor da Universidade Feevale, Fernando Spilki, sobre a região Novo Hamburgo no mapa do distanciamento controlado.

No último levantamento do Município, 46 pacientes estavam internados no Hospital Municipal com confirmação ou suspeita da doença. Destes, 29 em internação clínica, 15 na UTI e dois recebendo cuidados intensivos. O total é de 7.545 pacientes com confirmação do novo coronavírus até ontem, sendo 6.475 considerados recuperados e 869 em acompanhamento. Já foram testadas 28.335 pessoas.

Efeito de flexibilizações

Segundo Spilki, a estabilização em um patamar elevado é preocupante, resultado de um somatório de flexibilizações, feriadões e relaxamento nas medidas de prevenção ao novo coronavírus. "Agora é fundamental saber quanto desses atendimentos vai ser confirmado como caso positivo em exames laboratoriais, para poder fazer uma avaliação melhor", diz. Por isso, Itajanara pede cautela à população. "Sabemos que todos estão cansados, mas precisamos manter as recomendações básicas", pontua.