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Foco de gafanhotos preocupa moradores do bairro Canudos

Insetos surgiram em copa de árvore na Rua Florença nesta segunda-feira

Por Juliana Flor
Publicado em: 28.12.2020 às 16:58 Última atualização: 28.12.2020 às 17:09

Gafanhotos apareceram em árvore no bairro Canudos Foto: Especial
Desde que surgiram os primeiros relatos de nuvens de gafanhotos na Argentina, em junho de 2020, gaúchos, especialmente da fronteira, conviveram com o receio da chegada da praga ao Rio Grande do Sul. Apesar da ameaça, as gigantescas massas do inseto não chegaram ao Estado. Nas últimas semanas, o que se viu foram surtos de espécies nativas, que afetaram algumas regiões do Sul do País. Nesta segunda-feira (28), uma infestação do gafanhoto-soldado (Chromacris speciosa), da família Romaleidae, foi vista no bairro Canudos, em Novo Hamburgo.

Gafanhotos apareceram em árvore no bairro Canudos Foto: Especial
O foco preocupou a moradora Daysi Cunha de Oliveira. A gerente, de 35 anos, notou a presença dos animais no início da tarde de hoje no pátio de casa, na Rua Florença. Além dela, teria afetado também a área externa de uma residência vizinha.

A moradora contatou a prefeitura para saber como agir com a situação. Ela conta que os insetos apareceram na copa de uma árvore de uma só vez.  

Inicialmente, Daysi teve receio de se tratar da mesma espécie da nuvem que chamou a atenção do noticiário este ano, e que gerou até uma portaria de Emergência Fitossanitária no País. Entretanto, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEADPR) já descartou que os focos no RS, registrados principalmente nos municípios de Santo Augusto, São Valério do Sul, Chiapeta, Coronel Bicaco, Campo Novo e Bom Progresso, sejam dos mesmos gafanhotos migratórios da família Acrididae. 

Segundo o biólogo Jackson Müller, o chamado gafanhoto-soldado se locomove em pequenos grupos gregários, mas não migram. Os localizados em Canudos, não chegam a ser uma infestação.

O que diz a Secretaria de Meio Ambiente

Procurada, a Prefeitura de Novo Hamburgo, através da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), salienta que esses insetos se alimentam apenas de material vegetal, e não transmitem, portanto, doenças ou tampouco causam danos a seres humanos ou animais, ou seja, não representam risco à saúde das populações da cidade. Eles se alimentam de qualquer tipo de material vegetal, donde o impacto nas áreas rurais, atacando plantações, pastagens e florestas.

Gafanhotos são insetos da Ordem Orthoptera, Família Acrilídea. São conhecidas cerca de 33 mil espécies no mundo, das quais 1.480 ocorrem no Brasil. Eles são capazes de formar "enxames" ou "nuvens" sob certas condições (climáticas e alimentares), com a capacidade de se mover através de grandes áreas, causando danos às plantações e/ou vegetação natural. Gafanhotos são herbívoros vorazes, e, em situações de desequilíbrio (falta de predadores), podem causar prejuízos a lavouras. Os gafanhotos podem, portanto, se tornar pragas, em determinadas situações.

O que fazer

Ainda de acordo com a Semam, caso ocorra alguma infestação, de fato, muito pesada, deve ser consultado um engenheiro agrônomo para que seja aplicado algum inseticida, com emissão de receita pelo receituário agronômico. Há receitas caseiras interessantes, como o uso do cinamomo. As folhas do Cinamomo (Melia azedarach) são inseticidas, e agem contra gafanhotos. Os seus frutos, populares “bolinhas de cinamomo”, combatem por sua vez os pulgões. Para usar é simples: deixe as folhas de molho em água fervente por cerca de 10 minutos e, em seguida, pulverize. Essa preparação espanta e mata os gafanhotos, sem intoxicar as aves. No caso de utilização dos frutos, corte-os e deixe de molho em uma solução com 50% de água e 50% de álcool durante 24 horas. Coe e pulverize em seguida para combater os pulgões de roseiras. 

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