Junto com o calor, moradores da região têm notado um som diferente, o "canto" da cigarra. O barulho produzido pelos machos da espécie pode chegar aos 100 decibéis, mais alto que um aspirador de pó ou um liquidificador ligados. O biólogo Jackson Müller explica que os sons se assemelham a um zumbido, chocalho ou gemido estridente.
Ele é usado para atrair as fêmeas e acontece entre a primavera e o verão, período de acasalamento do inseto. Müller ainda ressalta que em Novo Hamburgo há também uma espécie que veio de outras regiões que é mais barulhenta. "As nossas cantavam mais baixo", lembra.
Som é emitido pelo abdômen
Uma das curiosidades da cigarra é que o som é emitido por um órgão na região do abdômen que funciona como se fosse uma caixa acústica. "Entretanto, só no macho é encontrada uma membrana que produz movimentos que permitem a emissão do som", destaca.
São pelo menos duas as espécies causadoras do som estridente: Quesada gigas (Olivier, 1790) e Guyalna viridifemur (Walker, 1850).
Som ouvido na região é semelhante ao que está no vídeo abaixo:
O biólogo ainda comenta que, após a reprodução, as fêmeas botam seus ovos e morrem. Depois de saírem dos ovos, as jovens cigarras (ninfas) entram na terra e ficam lá até a época de reprodução. Elas alimentam-se da seiva retirada das raízes das plantas, enquanto aguardam o momento certo para cavarem túneis que as levem de volta à superfície. Algumas espécies de cigarras podem ficar até 17 anos enterradas, sendo um dos insetos que possuem a vida mais longa.
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