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Notícias | Novo Hamburgo Covid-19

Mesmo com mais vacinas, Novo Hamburgo conseguirá imunizar menos de 1% da população

São 500 doses a mais do que o previsto inicialmente e foi fruto da insistência da Prefeitura por mais unidades, segundo sua assessoria de imprensa. São Leopoldo, por exemplo, deve receber 1.422 doses

Por Biancca Dilly
Publicado em: 20.01.2021 às 03:00

Com a quantidade de doses da vacina contra a Covid-19 recebidas nesta primeira remessa por Novo Hamburgo, será possível imunizar apenas 0,8% da população. No início da tarde de ontem, o Município foi autorizado a retirar 1.982 unidades do imunizante CoronaVac na sede da 1ª Coordenadoria Regional da Saúde (CRS), em Porto Alegre, quantidade para a primeira aplicação. São 500 doses a mais do que o previsto inicialmente e foi fruto da insistência da Prefeitura por mais unidades, segundo sua assessoria de imprensa. São Leopoldo, por exemplo, deve receber 1.422 doses.

De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), foi divulgado na última terça-feira um quantitativo preliminar, mas a planilha estava ainda em construção e os números foram revisados ontem, "seguindo unicamente critérios técnicos de distribuição proporcional aos grupos prioritários", comunicou, em nota. Em relação às demais cidades, a 1ª CRS e a SES ainda não informaram o quantitativo de vacinas por município, mas há uma estimativa de dez mil unidades na região. A chefe da divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, diz que o cálculo não é difícil de ser feito.

Segundo Tani, o que complexificou o processo foi a necessidade de estabelecer prioridades dentro do público-alvo. "Em cada segmento, os municípios tiveram que fazer uma priorização. No caso dos profissionais de saúde, por exemplo, o foco é dos que lidam diariamente com a doença e estão mais expostos ao risco", descreve. Ela explica que essa divisão não está disponível nos bancos de dados, apenas há a quantidade total de trabalhadores por unidade. Além disso, foi preciso ir em busca do número de idosos em instituições de longa permanência de cada município.

Vacina chegou ontem na cidade de Novo Hamburgo Foto: Lu Freitas/PMNH

Prioritários

Em Novo Hamburgo, a campanha inicia com profissionais de saúde que atuam nos centros específicos contra o coronavírus, como o Centro Covid do Hospital Municipal, além dos hospitais Regina e Unimed. Conforme a Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH), no centro de triagem há 90 profissionais e na UTI são 65 trabalhadores. Na Unimed, são 350 pessoas na emergência e UTI Covid. O Hospital Regina contabiliza 386 profissionais.

Desafios logísticos

Outro ponto que interfere na entrega das cargas às cidades é o processo logístico, que passou por percalços desde o envio dos lotes pelo Ministério da Saúde, no início da semana. Com isso, estados e cidades iniciaram suas campanhas de maneira desencontrada. E, aqui na região, não é diferente.

Enquanto locais como Novo Hamburgo e Ivoti já vacinaram as primeiras pessoas, Estância Velha, Parobé e Taquara esperam para hoje a largada da imunização.

Até o início da tarde de ontem, as 18 CRSs tinham recebido as remessas correspondentes, segundo a SES. De lá, os municípios se organizam para a retirada. "Eles vão ao encontro das centrais regionais, seguindo uma escala montada pela coordenadoria e cada um tendo um horário marcado", resume Tani.

As diferenças ocorrem dentro de uma mesma região. Enquanto que Novo Hamburgo finalizava o processo de retirada das caixas às 13 horas, Ivoti iniciava por volta das 15 horas de ontem. Estância Velha foi avisada no final da tarde de ontem que só poderá retirar as doses às 10h50 de hoje.

 

Dezesseis mil doses de reserva técnica

Para o começo da primeira fase, a estimativa inicial é de que 162.761 gaúchos sejam imunizados. O maior número é de profissionais da saúde, que somam 138.523 pessoas, seguidos por idosos em instituições de longa permanência, totalizando 9.510, e pessoas com deficiência em instituições, que são 380.

Ao todo, considerando primeira e segunda doses, os imunizantes recebidos pelo Estado teriam capacidade de proteger 170,9 cidadãos.

Porém, segundo a SES, há mais de 8 mil doses de reserva técnica de segurança para cada aplicação. Caso alguma vacina sofra avaria no transporte, armazenamento ou aplicação, será possível substituir com o quantitativo sobressalente.

A secretaria ressalta que todas as unidades serão utilizadas. Se não houver a necessidade de uso da reserva, a vacinação será estendida a mais pessoas do grupo prioritário da fase 1.

 

Segunda dose entre duas e quatro semanas

A segunda dose, nas mesmas quantidades para cada cidade, será distribuída entre duas e quatro semanas. "Será dentro deste prazo. Ainda estamos avaliando com os estudos clínicos, para definir sobre a melhor eficácia", pontua Tani. Não há prazo para a entrega de um segundo lote aos estados, em função de dificuldades na produção e importação das vacinas.

 

No momento não há vacinação nos postos de saúde

Em função do número reduzido de doses, as prefeituras lembram que a comunidade não deve se deslocar às unidades, pois é o sistema de saúde que buscará os primeiros da fila a serem imunizados, seguindo critérios técnicos de prioridade. "Teremos equipes volantes que vão fazer a aplicação", diz o secretário de Saúde de Novo Hamburgo, Naasom Luciano.

 


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