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Notícias | Novo Hamburgo Investigação

Testemunha de homicídio desaparece em Novo Hamburgo

Três dias após deparar com vizinha executada a tiros no bairro Santo Afonso, pedreiro some a caminho do trabalho e deixa família aflita

Por Silvio Milani
Publicado em: 19.01.2021 às 20:06 Última atualização: 19.01.2021 às 20:26

Considerado funcionário exemplar e pai dedicado, ele nunca tinha faltado ao trabalho. Nem deixado a família sem notícias. Parentes e amigos temem que o desaparecimento do pedreiro Rogério Rubilar Lima dos Santos, 47 anos, no último dia 14, tenha relação com o homicídio que ele testemunhou perto de casa, no bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo. A vizinha Carmem Marilena Pedroso, 38, foi assassinada em casa com oito tiros três dias antes. Rogério não viu a execução, mas foi o primeiro a deparar com o corpo, atraído pelos gritos de socorro, e chamou a Brigada Militar.

Como todas as manhãs, o pedreiro pegou a bicicleta e foi para o trabalho, às 6h30 da quinta-feira passada. Mas, desta vez, não completou o trajeto de casa, na Rua da Divisa, até a construtora no bairro Scharlau, em São Leopoldo. Colegas estranharam a ausência no trabalho. O telefone estava desligado. Orientada pela Polícia, a família aguardou 24 horas para fazer a ocorrência de desaparecimento.  

Bicicleta foi encontrada

No início da tarde da sexta, parentes e amigos se mobilizaram para buscas. Encontraram a bicicleta do pedreiro. “Estava fora do caminho que ele fazia, com as rodas escondidas na água e uma macega por cima pra ninguém ver, no valo perto do dique. Encontrei na intuição”, conta um amigo, assustado com a situação. “É um pai de família, com esposa e quatro filhos, dois deles menores. Não dá pra entender. Sempre foi amigo de todo mundo.”


Filha pede ajuda

Rogério dos Santos, 47 anos, sumiu a caminho do trabalho, no último dia 14 Foto: Reprodução
Uma das filhas do pedreiro pede ajuda nas redes sociais. “Esse é meu pai. Ele está desaparecido. Peço que, se alguém souber de lago ou vir ele, entre em contato.” Rogério saiu de casa com camiseta vermelha com o nome da construtora onde trabalha e calça azul.” A direção da empresa se engajou na tentativa de encontrar o funcionário. “Ele chegava cedo, sempre de bicicleta. Dedicado nas tarefas, organizado e querido pelos colegas. Uma pessoa simpática e educada”, descreve uma diretora.

Tiros e pedido de socorro

O pedreiro se tornou testemunha do homicídio da vizinha pela vontade de ajudar. Foi por volta das 5 horas do dia 11 deste mês, quando o companheiro da vítima bateu na casa de Rogério e implorou por socorro. Contou que conseguiu escapar de tiros, mas que achava que a mulher tinha sido atingida. Pediu para alguém ir ver como ela estava. E foi embora. As casas são separadas por outras quatro na Rua da Divisa. O pedreiro foi lá e avistou a mulher morta a tiros. “Ele me contou sobre o susto de ver a vizinha morta daquele jeito. Só não disse se viu algo a mais, como suspeitos ou carros em fuga”, declara um amigo.


Caso está sob investigação

A delegada Isadora Galian, que responde pela Delegacia de Homicídios de Novo Hamburgo, não falou sobre o desaparecimento do pedreiro. O homicídio da vizinha, segundo ela, foi motivado por tráfico de drogas. O companheiro dela, que pediu ajuda ao pedreiro, chegou a ficar desaparecido. “Ele já se apresentou e ficou na condição de testemunha”, revela a delegada, que preferiu não dar detalhes sobre o depoimento.

Dois corpos foram encontrados há 11 meses, em caso que pode estar ligado ao crime Foto: Polícia Civil


Há 11 meses, Carmem Marilena Pedroso tinha vivido o drama de perder o filho, William Samuel Pedroso Nascimento, 22, e a nora, Débora Caroline Lima dos Santos, 25. O casal foi sequestrado no bairro Santo Afonso por homens armados, que deixaram os corpos à margem da Avenida dos Municípios, no bairro Rio dos Sinos, em São Leopoldo, na madrugada de 16 de fevereiro de 2020. Eles levaram vários tiros. Os policiais apreenderam 12 estojos de munição 9 milímetros. Carmen foi arrolada como testemunha. “Ela foi ouvida no inquérito, mas nos deu informações relevantes sobre o fato”, expõe Isadora, que é titular da Delegacia de Homicídios de São Leopoldo.


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