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Notícias | Novo Hamburgo Retomada

Depois de anúncio de greve, Prefeitura mantém reinício das aulas presenciais

Novo Hamburgo retoma ensino na sala de aula a partir da segunda-feira (10)

Por Joceline Silveira
Publicado em: 07.05.2021 às 03:00

Escolas municipais têm retomada marcada para segunda Foto: Lu Freitas/ PMNH
Às vésperas da data marcada para o reinício das aulas presenciais em Novo Hamburgo, há um impasse na rede municipal. Na quarta-feira, o sindicato dos professores municipais decidiu decretar greve sanitária. Ontem, o Município manteve o cronograma de reinício, que começa na segunda-feira, e respondeu a alguns posicionamentos da categoria.

Assembleia virtual do Sindicato dos Professores Municipais de Novo Hamburgo (SindprofNH) aprovou na quarta-feira uma "greve sanitária" a partir de segunda-feira. A entidade diz que foram quase 200 trabalhadores. De acordo com o presidente do Gabriel Ferreira, a ideia é que os profissionais sigam trabalhando, desde que de forma remota.

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"Momento errado"

"A gente segue fazendo nossas atividades à distância, mas não vamos à escola por entender que é um período de muito risco à saúde e à vida dos professores, dos alunos e das famílias. A categoria decidiu que é o momento errado para o retorno", afirmou Ferreira.

Antes da assembleia, representantes do sindicato se reuniram com a secretária da Educação, Maristela Guasselli, para uma última negociação. Os professores tentaram postergar o retorno ou ter garantia de que o município forneceria vacinação para a categoria, reforço nos equipamentos de proteção individual (EPIs) e Internet patrocinada para alunos e educadores. Sem avanço, a assembleia decidiu pela greve.

Ferreira não estima um percentual, mas acredita que a paralisação terá grande adesão da categoria. De acordo com o sindicato, a rede municipal de ensino de Novo Hamburgo conta com aproximadamente 1,7 mil professores.

Contraponto

De acordo com a secretária de Educação do Município, Maristela Guasselli, a decisão de retomar as aulas presenciais foi "pensada, debatida, esperada, planejada e está mantida". Para a secretária, a prioridade nesse momento é o atendimento aos alunos.

"Precisamos debater também sobre a aprendizagem dos alunos, não ouvi nada sobre isso do sindicato. Precisamos retornar, fazer nossa parte", relata. Segundo a secretária, nenhuma reivindicação dos professores deixou de ser atendida.

Processo licitatório para oferecer Internet

Sobre a Internet patrocinada, outro ponto levantado pelo Sindiprof/NH, Maristela Guasselli diz que já há um processo licitatório em andamento desde o ano passado e que está em fase final.

"Estamos bem perto da navegação patrocinada paga pelo Município, mas ainda há algumas etapas. Tenho que seguir o protocolo correto", afirma. Além disso, apesar de não divulgar datas, a secretária disse que novos equipamentos estão sendo adquiridos pela pasta da Educação. "Estamos comprando um Chromebook para cada professor da rede", revela.

Data mantida

Segundo a secretária, o cronograma da Secretaria de Educação segue prevendo o retorno das aulas para segunda-feira, dia 10.

"Não existe risco zero nem na escola nem fora dela. Precisamos ter cuidado com os protocolos sanitários e também os pedagógicos".

Mesmo que tenham anunciado que vão seguir trabalhando de maneira remota, a secretária de Educação afirmou que os professores que não comparecerem nas escolas vão receber falta.

"Os que comprovarem comorbidades ou apresentarem atestado médico não terão prejuízo, já os demais vão receber falta. Todos os professores estão convocados. Precisamos olhar para nossos direitos, mas também para os nossos deveres", completa a secretária municipal de Educação.

 

Máscaras seguem as normativas

Sobre as máscaras, a titular da pasta da Educação, Maristela Guasselli, diz que foi adquirida a proteção para todos os professores da rede municipal:

"A máscara que adquirimos é 100% algodão, lavável e de dupla camada. Cada professor receberá três máscaras por mês, assim como os alunos, que vão receber de tamanho menor. Não compramos a N95 porque nenhuma normativa diz que tem que ser essa máscara. Esse tipo de máscara é exigido para profissionais de saúde e não da educação", pontua.

Ainda sobre as máscaras, a secretária afirma que cada escola recebe recursos do Programa Municipal de Gestão Financeira na Escola (Pmgfe) e do Programa Dinheiro Direto na Escola Emergencial (Pddee), que é federal.

Segundo ela, esses recursos podem ser usados na compra de EPIs como máscaras, caso as escolas não achem adequadas as compradas pelo Município.

"Não queremos gastar o dinheiro da escola, por isso fizemos a compra das máscaras, mas esse valor pode ser empregado no que for necessário no dia a dia da escola", diz.

Carta aberta

O SindprofNH publicou ontem em suas redes sociais uma "Carta Aberta à Comunidade: Greve Sanitária em Defesa da Vida".

"É público e notório o fato de que nenhum protocolo é 100% seguro. Portanto, enquanto os protocolos não estiverem bem definidos, estaremos em greve sanitária, que significa que exerceremos nossas atividades remotas", diz o documento.

Colaborou: Carlos Rissotto

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