A Polícia Civil constatou que o morador de Novo Hamburgo preso por falsificar documentos e internar a ex-companheira em uma clínica de reabilitação, em Nova Santa Rita, cometeu os crimes porque não aceitava o fim do relacionamento. Segundo a delegada Raquel Peixoto, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) do Município, o homem, de 27 anos, e a mulher, de 23, estavam juntos há dois anos, mas dois meses atrás ela decidiu terminar o casamento.
Na última semana, a mulher foi vítima de cárcere privado - passou cinco dias trancada em uma clínica contra sua vontade. “Já tive casos assim no decorrer da minha carreira, mas não é comum em casos passionais. O mais comum é tentar internação em brigas por questões de herança”, afirma a delegada.
A delegada esclarece que “internação involuntária só pode ser feita com autorização judicial ou autorização de médico credenciado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM)”.
Na quarta-feira (13), a irmã da vítima procurou a Polícia e apresentou a suposta documentação. Conforme a delegada, o material apresentava erros técnicos que chamaram atenção. Os investigadores fizeram contato com o Ministério Público e constataram que não existia nenhum procedimento oficial de internação compulsória.
“Não tinha nada, nem álcool, nem drogas, nem transtorno psiquiátrico”, afirma Raquel sobre o histórico de saúde da mulher internada.
A Deam solicitou, então, uma medida cautelar à Justiça para retirá-la da clínica. O pedido foi aceito, e a mulher, resgatada na sexta-feira (15). Ela foi levada ao Hospital Municipal de Novo Hamburgo para checagem de saúde e, depois, liberada. Segundo a delegada, a vítima passa bem.
Também na sexta-feira, o homem foi preso preventivamente por cárcere privado e falsificação de documento público. Ele estava em casa, no bairro Canudos, no momento da prisão.
A clínica em Nova Santa Rita segue funcionando normalmente, mas também será alvo de investigação.