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Notícias | Novo Hamburgo VALE DO SINOS

Vítima de cárcere privado em Novo Hamburgo foi sequestrada em cidade de Santa Catarina

Homem disse para a Polícia Civil que foi forçado a beber um líquido no percurso, desmaiou e só acordou em centro terapêutico no Vale do Sinos

Por Redação
Publicado em: 14.07.2022 às 16:22 Última atualização: 14.07.2022 às 18:17

A vítima encontrada em situação de cárcere privado em um centro terapêutico de Novo Hamburgo era morador de Catanduvas, em Santa Catarina. Segundo o delegado de polícia Ivair Matos Santos, no início do mês de junho, o homem de 56 anos se desentendeu com a esposa. Após a briga, ele saiu de casa e foi para um hotel da cidade onde ficou hospedado por uma semana.

Vítima de cárcere privado em Novo Hamburgo foi sequestrada em cidade de Santa Catarina
Vítima de cárcere privado em Novo Hamburgo foi sequestrada em cidade de Santa Catarina Foto: Reprodução/Google Street View
O homem afirmou que, ainda no município catarinense, foi levado por três homens para um veículo. “Segundo a vítima, ele foi pego em Catanduvas e trazido para Novo Hamburgo direto para o centro [terapêutico]”, conta o delegado. No percurso, ele disse que desmaiou depois de ser forçado a beber um líquido. Ele lembra que quando acordou já estava na clínica de recuperação de dependentes químicos localizada no Vale do Sinos. O trajeto tem cerca de 400 quilômetros entre os dois estados.

Resgate

Às 14 horas desta quarta-feira (13), a 2ª Delegacia de Polícia Civil, com o apoio da Gerência de Vigilância em Saúde do Município, resgatou o homem. Ele estava no Centro Terapêutico Plenitude que fica no bairro Santo Afonso.

O centro atende dependentes de drogas e álcool. Outros oito pacientes foram encontrados no local, mas, conforme o delegado, estavam internados por vontade própria. Já a vítima, disse que estava internada desde o dia 18 de junho e contra a vontade própria. Conforme Santos, a vítima era proibida de sair do local e de se comunicar com pessoas de fora.

A vítima passou por exames médicos e foi levada por agentes até a rodoviária de Porto Alegre. Na capital gaúcha, ele pegou um ônibus para Concórdia (SC), onde seria recebido por uma filha.

Ninguém foi preso

De acordo com Santos, todos os suspeitos envolvidos no sequestro já foram identificados. A Polícia Civil não revela os nomes do trio e de quem internou o homem na clínica para preservar a investigação.

Os responsáveis pelo Centro Terapêutico Plenitude não estavam no endereço no momento do resgate e, por isso, ninguém foi preso. “Vamos investigar para ver se existem todos os requisitos e pressupostos para representar por prisão preventiva. Se houver, certamente será pedida”, diz o delegado. A pena para os crimes de sequestro e cárcere privado é de dois a cinco anos de prisão.

Conforme a Vigilância Municipal de Saúde, "o centro está funcionando há quatro meses no Município, possuindo licença para o funcionamento". No local, "havia outras pessoas internadas" e "todos em situação regular, de forma voluntária". A clínica não foi interditada.

Procurado pela reportagem, um funcionário do Centro Terapêutico Plenitude disse que não estava autorizado a passar o contato da pessoa responsável, mas disse que a clínica deve se manifestar sobre o caso ainda nesta quinta-feira (14).

O que diz a Vigilância Sanitária

Leia na íntegra a manifestação da Vigilância Sanitária de Novo Hamburgo sobre o caso:

"A pedido da Polícia, a fiscalização da Vigilância Sanitária de Novo Hamburgo acompanhou ação da Polícia Civil em uma comunidade terapêutica na tarde desta quarta-feira, dia 13, após denúncia de cárcere privado. Este residente relacionado à denúncia foi levado pela polícia, pois queria ir embora para outro Estado dizendo que estava contra a vontade na comunidade. Os demais acolhidos estavam voluntariamente e manifestaram o desejo de permanecer em tratamento no local. Por isso, não houve interdição do estabelecimento. O centro está funcionando há quatro meses no município, possuindo licença regularizada. A fiscalização conversou com a responsável técnica que estava no momento no local."

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