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Notícias | Novo Hamburgo HISTÓRIA CENTENÁ

Cruzeirinho dá início à programação dos 100 anos

Atividades culturais que celebram o aniversário da entidade começam nesta sexta-feira (07)

Por Eduardo Amaral
Publicado em: 07.10.2022 às 03:00


Em 28 de outubro de 1922 foi oficialmente criada a Sociedade Cruzeiro do Sul, localizada no bairro Primavera em Novo Hamburgo. Fundada inicialmente como um time de futebol, rapidamente se tornou também uma escola de samba. A Cruzeirinho, como ficou conhecida, sempre foi um marco da luta contra o racismo.

As comemorações, que seguem até o dia 29, começam com a Abertura do Festival do Centenário, hoje na sede da Cruzeirinho. Terá apresentação do Grupo Show da Cruzeiro do Sul e Protegidos da Princesa. No domingo (9) é a vez do esporte com um jogo festivo entre Cruzeiro do Sul x Amigos da Sociedade Cruzeiro do Sul, trazendo alguns atletas veteranos da sociedade. A maioria das atividades terão entrada franca ou a cobrança de alimentos não perecíveis.

História

No ano de fundação da Cruzeirinho, o bairro Primavera era conhecido como África e concentrava a população negra da cidade. Esporte e cultura foram os atrativos iniciais para trazer à sociedade os primeiros associados que por alguns anos foi apenas de negros. Até hoje os moradores do bairro encontram na sociedade um ponto de referência. "É uma sociedade que foi criada lá em razão de existir aquela separação dos negros, quando os negros não podiam entrar em outras sociedades", explica o presidente da Cruzeirinho, José Odilto Anselmo, 63 anos.

Secretária da Cruzeirinho, Bruna Viana, 30, destaca a importância de manter a entidade como referência para a população. "Temos mais história que a própria cidade", lembra Bruna, já que a Cruzeirinho foi fundada cinco anos antes da emancipação de Novo Hamburgo, reforçando a importância da população negra na construção da sociedade local.

Pertencimento

A comemoração do centenário da Cruzeirinho conta com o apoio do governo municipal. Nas palavras do secretário de cultura de Novo Hamburgo, Ralfe Cardoso, isto representa um passo fundamental para combater o racismo na cidade. "É uma pauta importante em relação a essa história, então uma série de políticas vêm sendo desenvolvidas", afirma. "Comemorar o centenário da Cruzeiro também é uma forma de reavivar essa discussão social tão importante que é o combate ao racismo", completa Cardoso.

Na avaliação do secretário, celebrar a Cruzeirinho é também uma forma de chamar atenção ao tema do preconceito. Ele lembra que a cidade que está quase nos seus 100 anos de história entregou apenas em 2006, pela primeira vez, o título de cidadão hamburguense a uma pessoa negra: José Omar Lima dos Santos, cidadão também ligado à Cruzeirinho.

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