Artista plástico desenvolve projeto para revitalizar escola de Novo Hamburgo onde estudou há 30 anos
Ciro Russel, 50, incentivou a criação do projeto 'Revitalizando o Osvaldo Aranha', que já conta com a participação de 50 alunos da instituição
Aguardar pelas reformas prometidas pelo governo estava fora dos planos do artista plástico Ciro Russel, 50, ex-aluno da Escola Estadual Osvaldo Aranha, em Novo Hamburgo. Trinta anos depois, Russel retornou à instituição e mobilizou os alunos para 'arregaçar as mangas' e restaurar o local por conta própria.
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O artista e grafiteiro estudou na instituição no final dos anos 90 e relata que, apesar do tempo ter passado depressa, se lembra com carinho do rosto de cada um da sua época de escola. “O Osvaldo foi importante para mim e é muito importante para todo nosso bairro. Acredito que se cada um fizer um pouquinho, podemos mudar essa realidade das nossas escolas públicas”, diz.
Diante da iniciativa, a diretora da instituição, Verônica Paz, conta que ficou emocionada. “Ele chegou e falou assim ‘eu sou da escola e vim aqui retribuir o que o colégio fez por mim’, isso nos impactou muito, nos emocionou, porque é algo inédito”, comemora a diretora.
Da ideia surgiu o projeto 'Revitalizando o Osvaldo Aranha' e prevê a reforma de acabamentos, grafitagem e artes visuais internas e externas da instituição, a renovação das quadras esportivas de futebol e basquete com a marcação das linhas no gramado, pinturas das goleiras, instalação de redes novas e pinturas dos bancos, entre outras melhorias.
A iniciativa teve início no último dia 2 de outubro, executada pelo artista plástico e por 50 alunos do 9º do Ensino Fundamental ao 2º do Ensino Médio no contraturno escolar. A proposta de Russel é incentivar que outros parceiros e voluntários se unam ao movimento. “Queremos pedir ajuda imediata aos empresários locais, comerciantes, pais e qualquer entidade que se disponham a colaborar, porque a escola é um patrimônio de todos nós”, convida o artista que já engajou a mãe a participar da iniciativa. A artesã Tânia Russel, 70, ministrará aulas de pintura na instituição.
Para a estudante Taila Zimmer, 15, o projeto é uma forma de conscientizar os alunos que gostam de 'rabiscar as paredes'. "É uma forma de manter a escola limpa e bonita, além de fortalecer esse vínculo de carinho e respeito entre os alunos e o Osvaldo", diz a estudante do 1º ano do Ensino Médio.
Nesta terça-feira (11), para finalizar o serviço de pintura da fachada de 80 metros de extensão da instituição, dez pessoas trabalhavam durante a manhã. A pretensão é que na quinta-feira (13) a etapa seja concluída. A parede que de maior visibilidade da escola não recebia uma mão de tinta há cerca de quatro anos. “Estava feia, com um aspecto de prédio abandonado. Agora já está mudando”, relata Eduardo Moraes, 15, aluno do 9º ano do Ensino Fundamental.
Mobilização não pode parar
Para a diretora, a iniciativa é uma excelente ferramenta para manter a escola organizada e unida. “Queremos construir uma escola acolhedora para os alunos. Sabemos que há muitas necessidades, elencamos as prioridades e começamos a motivar a comunidade. É importante que todos entendam que os alunos saem, outros chegam, que a direção muda, mas a escola estará sempre aqui para eles”, salienta Verônica.