Preço da gasolina sobe em postos de Novo Hamburgo após eleições
Aumento chega a 30 centavos em alguns postos. Reajuste não tem relação com política de preços da Petrobras
Um dia após as eleições, teve posto de combustível reajustando em 30 centavos o valor do litro da gasolina. O litro já é encontrado a R$ 4,79 em Novo Hamburgo nesta segunda-feira (31). Nos postos, a informação é que o reajuste não tem relação com a política de preços da Petrobras, atrelada ao mercado internacional, mas com uma regulação do próprio mercado. "A margem de lucro estava muito achatada", informou o gerente de um posto de combustível.Procurado, o Sulpetro, sindicato que representa os postos de combustíveis do Estado, informou que não monitora ou interfere nos preços, pois o mercado é livre e cada revendedor pratica seus valores de acordo com suas margens, seu planejamento de negócios e estrutura de custos. "Diversos fatores podem ter gerado mudanças de preços, como achatamento das margens, elevação do valor pelas distribuidoras, entre outros itens que não dependem exclusivamente da Petrobras", argumenta, em nota.
A instituição destaca ainda que não controla ou pesquisa preços do mercado e nem influencia para que haja reajustes ou não de valores pelos seus representados.
Especialistas do setor observam que a Petrobras vem praticando preços abaixo da paridade internacional. Relatório do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), consultoria chefiada pelo economista Adriano Pires, indica que a gasolina da Petrobras tem sido vendida abaixo do preço de importação há seis semanas e, no caso do diesel, desde o início de outubro. Por este levantamento, a defasagem no valor da gasolina vendida às distribuidoras era de 18,56% na semana passada e, segundo o CBIE, seria necessário aumento de R$ 0,75 por litro nas refinarias para a paridade internacional. Para o diesel, a defasagem estava em 19,31% (R$ 1,17 por litro).
Quando a política do PPI foi adotada, sob a presidência de Pedro Parente, os preços eram atualizados diariamente, o que foi alvo de reclamações como o fim da previsibilidade para contratos na ponta da cadeia, como o frete de caminhoneiros. Nos anos seguintes, os reajustes passaram a ser cada vez mais espaçados e, sobretudo neste ano, sob pressão do Planalto.
Com a eleição definida, a expectativa é que a Petrobras volte a reajustar os valores de acordo com os preços praticados no mercado internacional.
Impacto dos bloqueios
De acordo com o Sulpetro, alguns caminhões-tanque estão parados em bloqueios em rodovias. No entanto, não há informação sobre falta de combustível nos postos. Mas o sindicato observa que o problema poderá ser acentuado se a demanda crescer, em função do receio dos motoristas de que falte produto, e se as cargas demorarem mais a chegar.