Grupo protesta em frente ao Hospital Regina após denúncias contra médico
Cirurgião é investigado por mortes e mutilações de pacientes. Ato na tarde desta sexta-feira cobra respostas de autoridades
Pacientes e familiares de ex-pacientes do cirurgião João do Couto Neto protestam na tarde desta sexta-feira (16) em frente ao Hospital Regina, em Novo Hamburgo. Eles fazem parte do grupo que denunciou o médico por complicações após cirurgias. Segundo os manifestantes, alguns procedimentos levaram à morte.
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Arlete de Oliveira Bernardes era uma das pessoas em meio à manifestação. Ela conta que o irmão Rubem Laerte de Oliveira, de 68 anos, foi uma das vítimas do médico. Internado no fim de abril para a retirada de uma hérnia inguinal, ele veio a óbito em junho. Conforme Arlete, sempre que a família buscou o profissional, as respostas foram "arrogantes", minimizando a piora do estado de saúde do paciente. "Ele chegou a dizer que eu estava com a consciência pesada e queria descontar nele", afirma sobre uma conversa após a morte do irmão.
Problema semelhante teria ocorrido com Núbia Kirch, 72. Internada em maio de 2021 para a retirada da vesícula, ela começou a apresentar complicações e faleceu dois meses depois. No ato desta sexta-feira, ela estava representada pela neta, Maria Elisa Kircher, 16.
Hospital cria comissão
Por volta das 15h30, uma comitiva do Regina conversou com os manifestantes. Eles foram comunicados sobre a criação de uma comissão para ouvir representantes de pacientes. A instituição diz que está se inteirando dos casos. "O processo corre em Segredo de Justiça. Não temos acesso a ele, afinal o acusado é o dr. João Couto", afirma nota. A instituição garante ainda ter fornecido documentos, prontuários e tudo o que fora solicitado pelas autoridades e ressalta que colabora para a investigação.
Ainda não há data marcada para um encontro formal entre representantes de pacientes e hospital.
O caso
Na última segunda-feira (12), a Polícia Civil cumpriu três mandados de busca e apreensão em Novo Hamburgo – na casa do médico, no consultório e no hospital onde concentra os procedimentos. João Batista do Couto Neto, 46 anos, é suspeito da morte de pacientes e de provocar graves sequelas, com perfurações e até mutilações de órgãos. Ele foi intimado pela Justiça a não operar por 180 dias.
Ao Jornal NH, na ocasião, ele frisou que as acusações são injustas. "A morte e a doença infelizmente fazem parte da minha profissão. Pautei toda minha vida profissional com ética e respeito aos meus pacientes."