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Notícias | Novo Hamburgo SITUAÇÃO PREOCUPANTE

Nove casos confirmados de dengue colocam Novo Hamburgo em alerta

Além dos pacientes que já testaram positivo, há 80 aguardando resultado do exame; com chuva, calor e água parada, a tendência é de alta nos casos

Publicado em: 15.03.2023 às 13:08 Última atualização: 15.03.2023 às 13:21

Se em 2021, Novo Hamburgo teve 29 notificações de casos suspeitos de dengue, com apenas três exames confirmados, no ano passado a doença quebrou todos os recordes e os números altos deverão se manter em 2023. Situação que se repete em todo o Rio Grande do Sul.

A tendência é que neste ano a quantidade de pessoas doentes por dengue fique novamente muito longe da realidade que era vivida em 2021. Isso porque a quantidade mosquitos presente na cidade é apontada como preocupante.

"Já temos o vírus circulando e há nove casos confirmados, com outros 80 estão sob investigação", informa o coordenador do projeto de Prevenção e Combate à Dengue da Universidade Feevale, realizado em parceria com a Prefeitura, Tiago Filipe Steffen.

Leia também: Hospital busca voluntários para pesquisa de vacina contra a dengue

Período de chuva e calor é propício para o mosquito da dengue
Período de chuva e calor é propício para o mosquito da dengue Foto: Arquivo/GES

De acordo com ele, março e abril são os meses mais preocupantes para proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue e também da chikungunya, zika e febre amarela urbana, doenças chamadas de arboviroses.


A combinação de mais chuva, normal a partir de outono, com calor é um prato cheio para o inseto se proliferar. Mas isso pode ser evitado se o Aedes não encontrar água parada. "O be-a-bá de prevenção continua o mesmo. O melhor seria se tivesse uma cultura de verificar o pátio uma vez por semana. Basicamente, o mosquito só está aqui porque tem água parada em algum local", diz Steffen. As larvas se formam nos depósitos de água parada como baldes, potinhos de plantas, ralo das casas e bromélias.

Números de 2022

No Município, foram 8.162 notificações, com 7.155 casos confirmados e mortes por dengue, o maior número do Estado. Conforme o Painel de Casos de Dengue da Secretaria Estadual de Saúde, o território gaúcho em 2022 teve 99.211 notificações, com 66.836 casos confirmados da doença, com a perda de 66 vidas em 2022.

Uma pessoa pode ter dengue até quatro vezes

Existem quatro variações do vírus da dengue, DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Em Novo Hamburgo, no ano passado foram encontrados os sorotipos 1 e 2. Neste ano, segundo Steffen, apenas a variação do tipo 1 foi encontrada nos exames, mas o sorotipo 2 está circulando em Porto Alegre.

"Enquanto quem teve dengue no ano passado, poderá ter de novo neste ano", explica. A pessoa fica imune ao sorotipo que contraiu. Já a imunidade cruzada para os outros sorotipos, após a recuperação, é apenas parcial e temporária. Assim, uma pessoa pode contrair dengue até quatro vezes durante a sua vida.

Ações de bloqueio

Na avaliação de Steffen, a explosão de casos registrados no ano passado fez com o Município se articulasse melhor com ações voltadas à prevenção, embora a população ainda seja a maior responsável por evitar o acúmulo de água parada. "As ações estão mais coerentes, seguindo um fluxo eficiente de combate", pondera.

Dentre as ações está a Pesquisa Vetorial Especial (PVE), utilizada na tentativa do bloqueio de transmissão da dengue, onde 100% dos imóveis do entorno do local onde teve um caso suspeito é vistoriado.

Em 2022 foram realizadas 100 PVE com raio de 200 metros da moradia da pessoa com suspeita ou confirmação de dengue, sendo vistoriados 12.763 imóveis durante o período.

Os depósitos encontrados foram eliminados, com aplicação de inseticida enviado do Ministério da Saúde para a realização de um bloqueio químico, a fim de eliminar os mosquitos adultos.

O mosquito

Aedes aegypti é o nome científico de um pernilongo que se diferencia dos demais porque tem listras brancas no tronco, cabeça e pernas. É um mosquito doméstico, que vive dentro ou ao redor de domicílios ou de outros locais frequentados por pessoas.

Tem hábitos preferencialmente diurnos e alimenta-se de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. Mas também pode picar à noite.

Fonte: Ministério da Saúde

Ainda tem água parada por aí

Imóvel com água parada é um criadouro de mosquitos
Imóvel com água parada é um criadouro de mosquitos Foto: Divulgação

Moradora do bairro Guarani, a doméstica Rosane Martins da Rocha, 54 anos, está preocupada com a situação de abandono de um imóvel próximo do local onde mora. O térreo do prédio teve um problema de vazamento e, desde então, acumula água, com grande concentração de mosquitos. "As nossas crianças estão todas picadas. Não sabemos mais o que fazer para resolver", disse.

Conforme Steffen, uma equipe tentaria visitar o endereço na tarde de terça-feira (14). Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, a Vigilância Ambiental em Saúde (SMS) esteve no endereço e constatou a situação apresentada de água parada no quintal. A proprietária foi contatada e providenciou uma drenagem para solucionar o problema.

A Vigilância Ambiental notificará a proprietária, tendo já encaminhado para outros órgãos averiguarem a situação. Conforme a assessoria, Vigilância recebe em média cerca de 50 denúncias por mês.

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