Gasolina abaixo de 5 reais ainda pode ser encontrada em postos de Novo Hamburgo

No início de abril, os preços da gasolina em Novo Hamburgo variavam entre R$ 5,09 e R$ 5,29, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 

Porém, ao longo do mês, o valor nas bombas foi caindo, e nesta terça-feira (25) o preço do combustível ficava, em média nos R$ 4,79 na maioria dos postos da cidade.

Ainda ontem, alguns estabelecimentos reajustaram o valor, de R$ 4,79 para R$ 5,09. Apesar disso, nesta quarta-feira, o combustível era vendido a R$ 4,69 em outros pontos da cidade.

Oscilação durante o mês

Sobre a oscilação do preço no mês, em alguns postos, o preço por litro poderia ficar ainda mais barato se pago pelo aplicativo do local.

Em 14 postos visitados pela reportagem ontem, o valor mais barato foi de R$ 4,73, preço cobrado em um posto do Centro e outro no bairro Ideal. Já o mais caro foi de R$ 4,89, no bairro Boa Saúde. Mas o preço mais comum foi de R$ 4,79, valor cobrado em seis dos estabelecimentos visitados. A redução, em alguns casos chega da casa dos R$ 0,50.

Gestores dos postos de gasolina em Novo Hamburgo atribuem a queda no preço da gasolina a uma disputa de mercado. Como abril foi um mês com muitos feriados, optou-se por baixar os preços para atrair a clientela, uma prática pouco comum no mercado.

Economista e professor da Universidade Feevale, José Antônio Ribeiro de Moura, questiona essa leitura de que os estabelecimentos optaram por reduzir o valor para compensar a queda de demanda. “Essa estratégia vai contra uma lógica de mercado, como todos os postos baixaram os preços fica difícil de acreditar que seja isso”, avalia.

Difícil explicar

Desde março os impostos federais voltaram a incidir sobre a gasolina, gerando um impacto imediato nas bombas com o custo do litro se aproximando de R$ 6,00 em Novo Hamburgo. O imposto segue valendo, os preços internacionais do petróleo não reduziram, mas mesmo assim o valor do combustível caiu.

A equação para explicar o valor menor é de difícil explicação até mesmo para os especialistas. “Está difícil entender porque a oscilação foi grande, primeiro tivemos o retorno dos impostos, a OPEP diminuiu sua produção e isso teria que ter um impacto internacional, e aqui acabou oscilando para baixo”, destaca Moura.

O economista atribui o comportamento dos preços da gasolina às decisões tomadas em Brasília, já que o governo ainda está definindo qual será a política de preços. “A meu ver é mais uma reserva, os preços estavam acima então a Petrobras deixou de reduzir anteriormente e fez isso agora”, avalia Moura que ainda atribui à queda do dólar um fator de influência.

Incertezas para os próximos meses

Moura diz que a tendência atual é que o preço da gasolina aumente nos próximos meses caso o atual cenário de formação se mantenha igual. Três elementos são apontados por ele para essa projeção, a continuidade da política de Paridade de Preço de Importação (PPI), a flutuação do câmbio e a produção nacional e mundial. Contudo, Moura projeta que o governo federal deve encontrar uma forma de subsidiar o preço para o consumidor final. “Creio que o governo vai achar um caminho ou nome diferente, para utilizar o subsídio na bomba.”

Quer mais

Professora de Novo Hamburgo, Giselaina dos Passos, que também trabalha com transporte escolar, espera que o preço caia ainda mais. “Comparado ao ano passado está melhorando, claro que pode melhorar mais.” Como precisa do carro para o trabalho, Giselaina diz que seu custo é bastante alto. Ela calcula mais de R$ 1 mil por mês em gasolina. Por isso fica de olho em
formas de economizar. 

Uma das alternativas encontradas pelos postos de Novo Hamburgo para oferecer preços mais baixos é quanto a forma de pagamento. Em alguns, os clientes que pagam em dinheiro vivo ou por PIX tem desconto. Outros, oferecem valores mais baixos para quem for cadastrado nos aplicativos da empresa.