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Notícias | Novo Hamburgo REVISÃO

PLANO DIRETOR: Após críticas a índice de construção e polêmicas, discussão tem prazo ampliado

Sem atualizar o seu plano desde 2010, Novo Hamburgo deu início à reformulação em junho de 2022

Publicado em: 26.04.2023 às 07:00 Última atualização: 26.04.2023 às 08:21

Com previsão inicial de ser concluída em março deste ano, a revisão do Plano Diretor pode se estender até agosto. Sem atualizar o seu plano desde 2010, Novo Hamburgo deu início à reformulação em junho de 2022, quando foi apresentada a Urbtec, consultoria contratada pela Prefeitura.

Conforme cronograma divulgado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, entre fevereiro e março a proposta seria formatada e votada junto ao Legislativo. Mas as discussões sobre as mudanças propostas alteraram os prazos.


Se ratificada decisão, valor do IPTU deve aumentar  para maioria. Prefeitura justifica determinação do TCE
Se ratificada decisão, valor do IPTU deve aumentar para maioria. Prefeitura justifica determinação do TCE Foto: Arquivo/GES

A primeira audiência pública foi realizada em 2 de fevereiro e, de lá para cá, houve intensa movimentação de entidades integrantes do Conselho da Cidade (Concidade) para discutir o assunto.

A Prefeitura pretendia que a segunda audiência pública fosse realizada em 27 de março, que depois foi transferida para o final de abril e, agora, com previsão para a última semana do próximo mês, ainda sem data divulgada.

No encontro, a Urbtec vai apresentar à população a minuta do projeto. Inclusive, as 23 diretrizes para avaliação, que somavam em fevereiro 153 propostas, já foram alteradas. E até chegar na versão final dos projetos de lei e plano de ação, as discussões continuam. Por conta disso, o contrato com o Urbtec também foi prorrogado por 45 dias, ou seja, com término para a terceira semana de maio.

Depois, como explica o presidente da comissão especial do Plano Diretor na Câmara de Vereadores, Gustavo Finck, o documento passará por avaliação legal da Procuradoria-Geral do Município (PGM), processo que deve levar cerca de dois meses.

Enquanto isso, a comissão do Legislativo realizará reuniões com as associações de bairro. Após essa rodada de escuta das demandas dos moradores, uma terceira audiência pública sobre o Plano Diretor será agendada. Por fim, o projeto será votado, o que é previsto entre o final de julho e início de agosto.

"O Plano Diretor deve ser amplamente discutido e o prazo foi alongado para permitir um melhor resultado dos trabalhos", declara a secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Roberta Gomes de Oliveira.

Mobilização começou em fevereiro

Em 15 de fevereiro, a Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACI) e o Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário (Sinduscon-NH) solicitaram que a Prefeitura estendesse o prazo para discussões. Neste mesmo dia, uma comissão formada pelas duas entidades, mais a Associação de Arquitetos e Engenheiros de Novo Hamburgo (Asaec), se manifestou em público sobre a necessidade de mais tempo para a população ter conhecimento sobre as mudanças propostas.

O ponto mais polêmico era o índice construtivo 1 para toda a cidade. O índice construtivo é o número que multiplica a área do lote para resultar na quantidade de metros quadrados que podem ser construídos no terreno. Em resumo, quantas vezes o proprietário pode utilizar a área total do lote para a construção.

Entidades reforçam críticas às propostas

Já no dia 20 de março, integrantes do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Novo Hamburgo (Creci) e representantes do Creci-RS também se reuniram e manifestaram preocupação sobre as alterações do plano diretor. Três dias depois, ACI, Asaec e Sinduscon promoveram o Fórum das Entidades: Revisão do Plano Diretor.

Com auditório da ACI lotado, o plano recebeu críticas de empreendedores, mais uma vez, por conta do índice construtivo e do tamanho dos condomínios de lotes, que poderiam chegar a seis hectares, com dimensões inferiores aos municípios vizinhos.

Mudança na proposta do índice construtivo

Nos dias 27 e 28 de fevereiro, a Urbtec se reuniu com representantes da Prefeitura e o Concidade em um seminário sobre o plano diretor.

Após o encontro, a Prefeitura decidiu alterar a proposta do índice básico construtivo e aumentar número para 1,5, com possibilidade de chegar a 2, por meio da adoção de premissas sustentáveis no projeto.

Em alguns setores do município ainda seria possível chegar ao índice 3, mediante o pagamento da outorga do direito de construir. Além disso, ficou acordado que em um prazo de cinco anos o plano será revisto. Hoje, o índice tem diferentes faixas na cidade, do 1 ao 4.

Prefeitura defende índice construtivo

Em nota, a Prefeitura informou que em 2022, dos 696 projetos aprovados, apenas 13 possuíam índice construtivo maior que 1,5, ou seja, 1,86% do total, e que não acredita em "fuga de investimentos", como declararam alguns empresários do setor imobiliário em relação à proposta do índice.

Grupo técnico avaliou prós e contras

Também foi criado um grupo técnico de trabalho, com reuniões semanais, formado por servidores municipais, Urbtec e conselheiros do Concidade para avaliar cada uma das propostas de revisão do plano diretor. O trabalho foi finalizado na semana passada.

Representante da Asaec no grupo de trabalho, a arquiteta Andréa Schütz considera positiva a constituição desta comissão. "Discutimos os prós, os contras, revisamos as leis. Sem dúvida era preciso mais tempo para isso", pondera. "O que achei muito bom é que daqui cinco anos poderemos fazer uma avaliação e ver se as mudanças propostas realmente foram boas para a cidade", diz.

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