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AMPARO ANIMAL: Após resgatar mais de 50 cachorros de enchente, ONG prepara feira de adoção neste sábado; veja vídeo

Sítio onde os animais eram abrigados em Lomba Grande foi inundado na madrugada do domingo e para retirar os animais foi necessário um barco; saiba outras formas de ajudar

Publicado em: 23.06.2023 às 10:11 Última atualização: 23.06.2023 às 13:34

Além de centenas de famílias afetadas pela cheia do Rio do Sinos no último final de semana em Novo Hamburgo, defensores da causa animal também correram contra o tempo para salvar vidas enquanto o nível do rio avançava para residências.

A madrugada do domingo (18) foi desesperadora para os protetores da ONG hamburguense Amparo Animal. O sítio alugado em Lomba Grande foi inundado e os 54 cachorros que estavam abrigados no local precisaram ser retidos às pressas com auxílio de barco.


Corpo de Bombeiros auxiliou os protetores dos animais no resgate em sítio alagado no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo | Jornal NH
Corpo de Bombeiros auxiliou os protetores dos animais no resgate em sítio alagado no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo Foto: Reprodução

Eles foram levados para locais provisórios. Porém, esse não foi o fim dos problemas. Com a enchente a ong perdeu tudo: ração, caminhas, roupinhas e até medicamentos dos animais. Além de campanhas de doações de itens para ajudar nos cuidados e alimentação dos cachorros, o Amparo organiza uma feira de adoção neste sábado (24), das 9 às 12 horas, na Avenida Doutor Maurício Cardoso, 1414, em Hamburgo Velho.

Quem quiser, também pode fazer doação em dinheiro através do pix 32.683.529/0001-43
(CNPJ da ong). Também há pontos de coletas de doações em diversos estabelecimentos da cidade. Confira abaixo: 

 

O grupo também está arrecadando doações para o caseiro de 63 anos que vivia no sítio e perdeu tudo com o alagamento. “Ele perdeu a casa, a água ficou até acima da janela. Ele perdeu tudo, a geladeira ficou boiando. Podem doar geladeira, televisão, o que tiver de utensílios, cama. Ele perdeu completamente tudo”, salienta Andreza.

Madrugada intensa

“Se eu morrer, eu prefiro morrer salvando vidas”, disse Andreza ao chegar no sítio em Lomba Grande e ver o local tomado pela água. A corretora conta que recebeu uma ligação do caseiro por volta das 2 horas da madrugada do domingo, informando que água estava chegando na propriedade alugada pela entidade para abrigar animais resgatados pela região.

Segundo Andreza, os 54 cachorros que estavam no local (endereço não é divulgado para evitar o abandono de animais nas proximidades) no dia do alagamento foram resgatados de situações de maus tratos. “Um dos cachorros que acolhemos o dono deu um prazo para irmos buscarmos, senão daria um tiro no animal”, exemplifica.

O Amparo Animal funciona há cinco anos e o seu funcionamento é mantido por meio de ações do grupo para arrecadar recursos e doações. O grupo também realiza feiras de adoção para que os cães tenham a chance de encontrar novos lares.


O resgate

Após a ligação do caseiro, Andreza, o marido e passaram para buscar o voluntário Tales Pacheco e foram para o local na esperança para resgatar os cachorros. Porém quando chegaram na entrada do sítio, o nível da água estava alto e para chegar ao galpão onde os animais estavam alojados foi necessário usar um barco. “Quando cheguei no sítio, na hora não pensei em mais nada. Eu entrei na água com o Tales (voluntário) e só dizia ‘eu não quero que nenhum cachorro morra, quero salvar. A gente vai conseguir salvar esses cachorros”, lembra.

De acordo com Andreza, o galpão onde os cachorros ficavam no sítio era em local alto. A voluntária relata que no dia anterior chegou a contatar a Defesa Civil do Município, onde ela também é voluntária, que disse que naquele momento não havia risco de alagamento naquele ponto. “Como o pessoal da Defesa Civil tinha passado que estava tranquilo, eu não tirei nenhum cachorro. Não vai vir água até aqui”, conta.

Os animais ficavam dentro de grandes canis construídos para abrigá-los, com espaço para que além de dormir pudessem correr, segundo Andreza. Quando ela chegou no sítio, o chacreiro estava soltando os animais dentro do galpão, que só tinha como ser acessado com o barco naquele momento. ‘Tivemos que tirar os cachorros às pressas, pois a água estava subindo muito rápido. A gente foi retirando de cinco e cinco, colocando no barco”, detalha. 


Galpão que abrigava os cães ficou totalmente inundado | Jornal NH
Galpão que abrigava os cães ficou totalmente inundado Foto: Reprodução

Os cães eram levados até uma área seca, onde o marido de Andreza e outros voluntários aguardavam com veículos para transportar os animais em camionetes. A também protetora, Nádia Prezzi também foi para o sítio ajudar a salvar os animais. Um vizinho da localidade de Lombra Grande disponibilizou um caminhão. “Colocávamos eles dentro dos veículos em segurança, pelo menos até ver para onde iriamos levar. Pois, até então, a gente nem imaginava lugar para levar eles”, relata.

O Corpo de Bombeiros de Novo Hamburgo foi acionado e ajudaram no resgate dos cachorros. “Eles resgataram em torno de 20 cães. Eram os maiores e que estavam em locais de acesso mais difícil”, lembra Andreza. Ela conta que a ajuda da corporação foi essencial e que temia não conseguir salvar os animais por conta da dificuldade de chegar naqueles pontos e pelo porte deles.

Apesar do esforço de todos os voluntários e dos bombeiros, um dos animais não pôde ser salvo. “Perdi um cachorro que se chamava Chaves, era o morador número um do sítio. Quando entramos no sítio, o Chaves foi com nós. Infelizmente, encontrei o Chaves boiando. Como ele tinha o hábito de pular no açude, não sabemos se ele morreu disso, porque ele estava com sangue, ou se foi atacado por algum bicho”, lamenta Andreza.

Andreza frisa que antes dos Bombeiros chegar no local, por volta das 5 horas, o voluntário Tales foi ágil na resgate dos cachorros. "Ele que amarrava, botava dentro do parque e a gente empurrava. Se não fosse ele, a gente não iria conseguir salvar os cães", lembra. 

Abrigos provisórios

Após os momentos de tensão para salvar os cachorros, a preocupação era com o destino dos animais resgatados. A solução foi dividir os cães conforme o grupo conseguia locais disponíveis.

“Uma protetora da ong conseguiu um amigo que tem uma chácara em Lomba Grande e ele cedeu o galpão e uns galinheiros para levar os cachorros. Mas não podíamos levar todos, pois eles brigam entre eles”, detalha Andreza. “Outros cães foram levados para a casa de uma pessoa, que nos doou até a gente conseguir se organizar e ainda tem 10 cães em lares temporários”. No entanto, os animais não podem permanecer por muito tempo nestes locais, por isso o grupo trabalha para encontrar novos lares e famílias para os cachorros. 


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