PROJETA-ME: Sustentabilidade e criatividade marcam desfile de estudantes de moda da Feevale
Cinema, cultura pop, contracultura dos anos 60, sustentabilidade entre outros temas são a inspiração para as peças de roupas dos 11 alunos
Cinema, cultura pop, contracultura dos anos 60, sustentabilidade entre outros temas são a inspiração para as peças de roupas dos 11 alunos formandos do curso de Moda da Universidade Feevale. Em um desfile que marca o fim da graduação, eles apresentaram suas obras na noite desta segunda-feira (3) no Teatro Feevale.
Em sua 36ª edição, o Projeta-me teve como destaque a diversidade de temas e o foco na sustentabilidade. “Acho que esse é o grande marco dos alunos do projeto, as roupas são com tecidos versáteis que fazem com que essas roupas sejam mais utilizadas”, explica a professora Bárbara Gisele Koch, uma das responsáveis por ministrar a cadeira de Projeto de Coleções II.
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Segundo a professora, o evento mostrou que os novos profissionais estão prontos para encarar o mercado de trabalho. “Estamos mostrando à comunidade em geral os alunos que estão sendo formados. Temos vestuários mais conceituais que estão prontos para mostrar ao público as próximas tendências, também roupas que já poderiam ser usadas no dia a dia.”
Moda como expressão
Bruna Anselmini, 28, buscou no movimento Tropicália a inspiração para suas peças apresentadas nesta edição do Projeta-me. Foi na sonoridade recriada por Gilberto Gil, Caetano Veloso, Rita Lee, Gal Costa, entre outros, que ela encontrou a forma de fazer dos tecidos mais do que apenas roupas para vestir.
“Aqui eu consigo mostrar o que consigo fazer no vestuário e a representação do que é a Bruna como estilista, que tem um propósito, tentar passar uma mensagem”, resume ela.
Nas roupas produzidas para este desfile, Bruna buscou unir uma das principais características da Tropicália: o antropofagismo “que é o ato de usar outras culturas, eu trouxe para minha roupa de uma forma muito colorida, muito livre.”
Toda essa inspiração vem de uma paixão pelo espírito de contracultura de um movimento que nascia em meio à Ditadura Militar e conseguiu questionar e mudar padrões estéticos da música e da vida social brasileira. “Sou muito ligada em música, gosto muito dos tropicalistas e queria traduzir em roupas o quanto elas são formas de manifesto”, conta Bruna.
Nas suas peças, além das cores, se destaca também a inversão de papéis, com uma moda que pensa em vestidos para serem usados por homens, tudo marcado por “ muitas cores e estampas.”
Já atuando no mercado como designer de bolsas, Bruna aproveitou o desfile para mostrar à comunidade suas ideias para o vestuário. “É um orgulho, muito gratificante porque é o meu trabalho”, resume ela ao apontar como um momento em que se permite ser mais autoral.