Mostra de curtas das escolas põe inclusão e afeto em cartaz
Estudantes e suas famílias veem suas próprias histórias no cinema
Esta terça-feira (21) foi o primeiro dia da 12ª Mostra Curta Inclusão e Diversidade, realizada pela Secretaria de Educação (Smed). Ao todo são 41 filmes com histórias vivenciadas e interpretadas por estudantes municipais. Estas produções estão sendo assistidas por professores, estudantes e famílias no cinema do Bourbon Shopping. Também há sessões na quarta e sexta.
Após as exibições, há debate com profissionais das áreas da comunicação e educação. Além disso, os curtas, que oferecem recursos de acessibilidade audiovisual como legendas descritivas e janela de Libras, estarão disponíveis no YouTube.
Participação
Ao todo são 800 estudantes de 39 escolas e um espaço pedagógico. A titular da Smed, Maristela Guasselli, salienta que a mostra reflete a concepção de inclusão da rede municipal de ensino de Novo Hamburgo. "Em cada filme e em cada história, o foco é na possibilidade e não na falta", acrescenta.
A cada cena exibida nos curtas de ontem, mesmo com a sala escura, ouviam-se cochichos do público que se via na tela. Pais orgulhosos também não faltaram.
O industriário Everton Barboza de Oliveira, 46, assistiu o curta sobre a filha Bibi ao lado da esposa, a assistente administrativa Sara Gisela Kichler, 39. "A escola acolheu muito bem ela desde o primeiro momento que a gente esteve ali. Nos sentimos muito acolhidos. Ela se adaptou muito bem na escola e continuou até hoje, cada vez mais", conta Oliveira, referindo-se à filha Bibiana Kichler de Oliveira, 5, da Escola Darcy Borges de Castilhos. No curta, Bibi percorre diferentes espaços da escola e é acolhida por estudantes. "É muito gratificante assistir a tudo isso", acrescenta o pai da menina, que tem síndrome de Down.
Afeto
No curta "Amizade não tem idade, amor é reciprocidade", Bibi está com alunas do 2º ano. A professora da turma, Greici de Oliveira da Silva, diz que o curta demonstra amor, afeto, amizade e a empatia de Bibi pela turma. "Ela passeia pela escola, tem esse relacionamento com a turma, visita a nossa sala, as crianças interagem com ela. Foi uma relação que saiu das quatro paredes da sala e mostrou que a inclusão pode acontecer em todos os espaços da escola", conta a professora.
A experiência de ver a si mesmo em tela grande
Alunos da Escola São Jacó, Davi Azambuja Fleck, 9 anos, Lucas Jacoby Flores, 9 e Otávio Ferreira Hanauer, 6, foram clicados pela dona de casa Gabriela Jacoby, 44 anos, mãe de Lucas. "Quando a professora nos convidou para vir ao cinema foi o máximo, pois Lucas adora filmes e agora ainda se sente um artista por aparecer na tela do cinema", conta Gabriela.
A professora Juliana Bohn explica que o filme foi o resultado do passeio pelo bairro Hamburgo Velho. "Eles foram levados em pontos próximos da escola, como o elevador do Swan Tower, que tem uma vista panorâmica, eles foram em museus e até em cemitério, um lugar que normalmente as crianças não costumam ir. Era perto de Finados. Então, foram muitas aprendizagens diferentes", explica a professora.
Já o Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP) chamou atenção do público e arrancou boas risadas por conta dos pedidos inusitados ao gênio da lâmpada, que estava em férias. Entre os participantes do curta estava a aluna da Escola Arnaldo Grin, Esther Reis da Silva, 11, que pediu ao gênio uma forma de se expressar mais. Assim como os demais pedidos, ele sempre indicava o NAP.
Ela assistiu à exibição com o pai, o comerciário Gilmar Friedrisch da Silva, 46.