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Após centenas de denúncias de abuso, Justiça decreta prisão de João de Deus

Informação foi confirmada pelo secretário de Segurança Pública de Goiás, Irapuan Costa Júnior, à TV Anhanguera

Por Estadão Conteúdo
Publicado em: 14.12.2018 às 13:22 Última atualização: 14.12.2018 às 13:34

Foto por: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Descrição da foto: ABADIÂNIA: médium chega à Casa Dom Inácio de Loyola
A Justiça de Goiás decretou a prisão preventiva de João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus. Ele é acusado de centenas de abusos sexuais por mulheres que buscaram atendimento espiritual. Relatos reunidos até o momento indicam que, depois das sessões, o médium supostamente oferecia para as vítimas atendimento particular, momento em que os abusos seriam cometidos.

Para o Ministério Público, a semelhança nos depoimentos reforçam as suspeitas contra o médium. De segunda a quinta-feira (13), 330 denúncias foram coletadas pelo Ministério Público de Goiás.

pedido de prisão havia sido protocolada no fim da tarde de quarta-feira, no Fórum de Abadiânia, município goiano onde o líder espiritual mantém o Casa Dom Inácio de Loyola, local em que faz os "atendimentos espirituais". O MP fundamentou o pedido de prisão preventiva com dois argumentos. Para a Promotoria, em liberdade, João de Deus poderia coagir as testemunhas e, caso mantivesse os atendimentos, fazer novas vítimas.

Classificando o pedido como descabido na quinta-feira, 13, o advogado de defesa de João de Deus, Alberto Zacharias Toron, em audiência com o juiz que acompanha o caso, solicitou que o médium permanecesse em liberdade. Sugeriu ainda que os atendimentos pudessem ser feitos de forma assistida - com a presença de policiais ou monitorado por câmeras.

Toron argumentou que João de Deus tem residência fixa e já se mostrou disposto a colaborar com a Justiça. Na quarta-feira, 12, num rápido aparecimento que fez na Casa Dom Inácio de Loyola, o líder espiritual disse ser inocente e que estava nas mãos da Justiça. "João de Deus está vivo", disse ele, para um público reduzido de fiéis.

Desde que as primeiras denúncias de abuso vieram à tona, o movimento na Casa Dom Inácio de Loyola caiu. Pelos cálculos de funcionários, o local recebeu nesta quinta-feira cerca de um terço do número costumeiro de visitantes. A estimativa é de que o médium atraia mensalmente cerca de 10 mil pessoas, das quais 40% são estrangeiras.

As denúncias de abuso sexual surgiram na semana passada, quando o programa "Conversa com Bial", da TV Globo, mostrou depoimento de mulheres que teriam sido vítimas de João de Deus. Depois da divulgação, começaram a surgir novos depoimentos.

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