O presidente da Argentina, Mauricio Macri, visitará nesta quarta-feira (16) o brasileiro, Jair Bolsonaro, com o futuro do desvalorizado Mercosul e a expectativa de consolidar uma aliança comercial entre as duas das maiores economias da América do Sul na pauta.
Esse será o primeiro encontro entre os dois presidentes devido à ausência do argentino na posse de Bolsonaro, em 1 de janeiro. Contudo, eles já se falaram por telefone.
Macri chega a Brasília na terça-feira (15) às 21 horas vindo da Patagônia argentina, onde passou três semanas de descanso em família, interrompidas apenas por algumas visitas protocolares e reuniões políticas.
"É provável que a relação se concentre no comercial, porque no político as diferenças entre o ultraconservador Bolsonaro e o liberal Macri são enormes", avaliou o analista internacional Bruno Binetti.
Comandante de um país em recessão e no ano eleitoral no qual buscará seu segundo mandato, Macri precisa garantir a balança comercial com seu principal parceiro.
A Argentina almeja se beneficiar do crescimento do Brasil, quando suas exportações ao vizinho caíram de quase 76 bilhões de dólares em 2013 para 58,4 bilhões em 2018.
O Brasil vai fechar 2018 com uma tímida expansão de seu Produto Interno Bruto (PIB) de 1,3%, após uma queda acumulada de quase 7% entre 2015 e 2016, e prevê crescer 2,5% em 2019.
Mas outros economistas opinam que a abertura do Brasil que impulsiona Bolsonaro pode aumentar o impacto negativo sobre as empresas argentinas.
"A Argentina tem tudo a perder. Não apenas com um Mercosul debilitado, mesmo se o acordo não for flexibilizado, se o Brasil adotar uma maior abertura comercial, as empresas argentinas serão castigadas por uma concorrência feroz de outros países, particularmente os asiáticos", alertou a economista Paula Español, da Radar Consultora.