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Bolsonaro diz em Davos que o Brasil, 'por ora', permanece no Acordo de Paris

Tratado foi assinado por 195 países para estabelecer esforços conjuntos para tentar conter o aumento da temperatura do planeta a menos de 2°C até o final do século

Por Estadão Conteúdo
Publicado em: 23.01.2019 às 11:11

Foto por: Fabrice COFFRINI / AFP
Descrição da foto: Presidente Jair Bolsonaro durante discurso no Fórum Econômico, em Davos
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (22), em reunião com empresários, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, que o País vai continuar no Acordo de Paris, o tratado assinado por 195 países para estabelecer esforços conjuntos para tentar conter o aumento da temperatura do planeta a menos de 2°C até o final do século.

Ele deu a declaração após ser cobrado pelos empresários sobre o que ele pretendia fazer sobre o problema das mudanças climáticas. Além de falar que fica no acordo, disse que não vai aceitar ser acusado de ser responsável por degradação ambiental. Depois, a jornalistas, o presidente disse apenas: "Por ora, será mantido".

Deverão, porém, ser cobradas contrapartidas. Entre elas, a de que os países desenvolvidos cumpram a promessa de dar US$ 100 bilhões ao ano, a partir de 2020, para ajudar os países em desenvolvimento a fazer sua transição para uma economia de baixo carbono.

Na reunião com empresários, que tinha representantes da Nestlé, Arcelor Mittal, Embraer e de bancos internacionais, o presidente também foi questionado sobre Amazônia e sobre a situação dos povos indígenas. Segundo empresários presentes à reunião, Bolsonaro disse que o fato de haver mudanças no governo na área indígena não significa que os povos serão prejudicados. Em um dos primeiros atos do governo, a tarefa de demarcação de terras indígenas passou da Funai para o Ministério da Agricultura.

Mais cedo, após fazer seu discurso oficial, Bolsonaro deu, pela primeira vez, uma declaração no sentido de que vai trabalhar para combater as mudanças climáticas. "Nós pretendemos estar sintonizados com o mundo na busca da diminuição de CO2", afirmou a Klaus Schwab, fundador do fórum.

A declaração chamou atenção porque até então a posição do novo governo em relação ao problema era bastante incerta. Depois de Bolsonaro ter dito diversas vezes que deixaria o acordo, o governo começou a dar sinais de que voltaria atrás, como informado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, mas sempre em tons condicionais. E mudanças na estrutura dos ministérios colocaram em dúvida como o governo vai lidar com a questão.

Na conversa com o economista alemão, assim como em seu curto discurso, Bolsonaro abordou a questão ambiental, assunto que recebe destaque no fórum. "Somos o país que mais preserva o meio ambiente. Nenhum outro país do mundo tem tantas florestas como nós. A agricultura se faz presente em apenas 9% do nosso território e cresce graças a sua tecnologia e à competência do produtor rural. Menos de 20% do nosso solo é dedicado à pecuária. Essas commodities, em grande parte, garantem superávit em nossa balança comercial e alimentam boa parte do mundo", disse o presidente.

"Nossa missão agora é avançar na compatibilização entre a preservação do meio ambiente e da biodiversidade com o necessário desenvolvimento econômico, lembrando que são interdependentes e indissociáveis", complementou.

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