O bate-boca gerado pela aprovação do voto aberto para a eleição da Presidência do Senado provocou pedidos de adiamento da sessão. Com a insistência da senadora Katia Abreu (PDT-TO) em não devolver uma pasta com questões de ordem para o presidente em exercício, Davi Alcolumbre (DEM-AP), senadores passaram a solicitar que o democrata adiasse o pleito. Contudo, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, decidiu na madrugada deste sábado (2) que a eleição para presidente do Senado será realizada por meio de votação secreta, não mais aberta como estava definido.
Os pedidos de suspensão partiram, principalmente, dos senadores Omar Aziz (PSD-AM), Jayme Campos (DEM-MT) e Jorge Kajuru (PSB-GO). "Já estou velho para isso aqui. Que vexame isso que está acontecendo. Peço desculpas aos meus filhos, aos meus netos, pelo que está acontecendo aqui. O senhor é do meu partido, mas eu não concordo com o que está acontecendo aqui e vou me retirar se isso continuar", afirmou Jayme.
Já Jorge Kajuru (PSB-GO) disse que o Plenário se comparava não a um hospício, mas "àquele lugar que tem em todos as cidades do interior", referindo-se de forma indireta a um prostíbulo.
Toffoli aceitou um pedido encaminhado pelos partidos políticos Solidariedade e MDB. “Por conseguinte, declaro a nulidade do processo de votação da questão de ordem submetida ao plenário pelo senador da República Davi Alcolumbre [DEM-AP], a respeito da forma de votação para os cargos da Mesa Diretora”, diz a decisão.
A sessão preparatória para eleição do novo presidente do Senado está prevista para ser reaberta neste sábado às 11 horas. A presidência interina da Mesa passará do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) para o senador mais idoso da casa, José Maranhão (MDB-PB). O ministro ratificou a definição de que o senador José Maranhão (MDB-PB) presidirá os trabalhos na sessão.
Na decisão, Toffoli anulou a votação conduzida por Alcolumbre, que por 50 votos a 2 e uma abstenção estabeleceu voto aberto para a eleição que escolherá o presidente – 28 senadores não votaram. Toffoli foi o responsável por definir a ação porque é o plantonista de fim de semana no Supremo Tribunal Federal. A decisão reúne nove páginas, nas quais o ministro afirma que a votação secreta para as eleições internas nas “casas legislativas” do País podem ser observadas em distintos parlamentos, não apenas no Brasil.