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Notícias | País Relações Internacionais

Brasil dispensa apoio do Chile na busca por vaga no Conselho de Segurança da ONU

Chilenos tinham manifestado interesse em apoiar País como membro permanente

Por Estadão Conteúdo
Publicado em: 24.03.2019 às 11:39

Foto por: Marcos Corrêa/PR
Descrição da foto: Presidente Jair Bolsonaro durante Reunião Bilateral com Presidente do Chile, Sebastián Piñera
A visita de Jair Bolsonaro ao Chile terminou neste sábado (23) com um encontro com o presidente chileno, Sebastián Piñera, e uma declaração conjunta, que deixou de fora o apoio do governo do Chile à pretensão brasileira de ser membro permanente do Conselho de Segurança (CS) da ONU.

Segundo fontes do Itamaraty, a minuta inicial da declaração enviada pela chancelaria chilena, na semana passada, incluía a declaração de apoio à inclusão do Brasil no Conselho de Segurança. A área competente do Ministério de Relações Exteriores teria até proposto um reforço na linguagem, mas a menção foi retirada da contraproposta enviada pelo governo brasileiro aos chilenos.

Questionado duas vezes, o Itamaraty informou que não comentaria o assunto. O chanceler Ernesto Araújo disse, por meio da assessoria do ministério, que não falaria sobre o processo de elaboração da declaração. Segundo ele, o que vale é o que está no texto oficial. "O texto acordado é um excelente marco para a nova era das relações entre Brasil e Chile", afirmou Araújo, que tem sido um crítico da ONU e do que ele chama de "globalismo" e "marxismo cultural nas relações internacionais".

Membros do governo afirmam que o Brasil não desistiu de ser membro permanente do CS da ONU e espera o apoio dos Estados Unidos para conseguir uma vaga. Pessoas próximas a Araújo negam que ele tenha pedido ao governo chileno para retirar esse trecho da declaração e garantem que o chanceler considera a pauta "importantíssima". "Ele está otimista e acredita no apoio dos Estados Unidos", disse um assessor do presidente.

A reivindicação do Brasil é histórica. Antes mesmo da fundação da ONU, ainda no período da Liga das Nações, o Brasil manobrava por um assento no Conselho Executivo (a versão do CS na época).

Alinhamento

Bolsonaro foi recebido, ontem, por Piñera com honras militares no Palácio La Moneda, sede do governo chileno. Em seu discurso, ele se comprometeu a comparecer à COP-25, que será realizada no Chile, mas disse que o Brasil pode não aderir a acordos que serão firmados na conferência climática. "Não podemos assinar um acordo que não podemos cumprir. O Brasil não deve nada a ninguém em termos de preservação do meio ambiente. Temos esta preocupação, mas também a preocupação com o desenvolvimento", disse.

Foto por: AFP
Descrição da foto: Presidente Jair Bolsonaro assinou acordos com o presidente do Chile, Sebastian Piñera

Venezuela

Um dia depois da polêmica causada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre "uso da força" na Venezuela, os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e do Chile, Sebastián Piñera, reiteraram "energicamente" o compromisso contra uma intervenção militar para derrubar o regime de Nicolás Maduro.

Para os governantes, o Grupo de Lima, formado por Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru é o foro apropriado para a busca de uma saída diplomática.

Na declaração assinada ontem, os presidentes se comprometem a continuar trabalhando no âmbito do Grupo de Lima pela busca de uma saída democrática e pacífica para a crise venezuelana, rejeitando qualquer ação que implique em uso da violência, sobretudo a opção de intervenção militar.

Na véspera, Eduardo disse, em entrevista ao jornal chileno 'La Tercera', que, "de alguma maneira, vai ser necessário o uso da força" contra Maduro. Pouco depois, Bolsonaro desautorizou o filho e voltou a defender uma saída democrática para a Venezuela.

Embora rejeite a opção militar, o documento assinado por Bolsonaro e Piñera é duro em relação ao regime chavista quando pedem a realização de eleições presidenciais "livres e justas", conforme os padrões internacionais e sob observação internacional independente. Eles exigiram ainda a liberação de todos os presos políticos e o fim da violação dos direitos humanos. 

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