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Notícias | País Brasília

Ministro do STF ordena PF a fazer buscas em dez alvos do inquérito de fake news

Operação ocorre após Corte mandar revista retirar do ar reportagem do ar

Por Estadão Conteúdo
Publicado em: 16.04.2019 às 09:56 Última atualização: 16.04.2019 às 10:12

Foto por: Agência Brasil
Descrição da foto: Ministro Alexandre de Moraes é o relator do caso sobre fake news contra magistrados do STF
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou buscas em dez endereços de alvos do inquérito que apura supostas fakes news contra seus colegas da Corte. Nesta terça-feira (16), a Polícia Federal está vasculhando oito locais.

Um dos alvos de buscas é o general da reserva Paulo Chagas. A investigação suspeita que mensagens publicadas pelo militar estariam difundindo crimes contra a honra dos ministros e o fechamento do STF.

Pelo Twitter, Paulo Chagas ironizou o mandado de busca e apreensão. "Caros amigos, acabo de ser honrado com a visita da Polícia Federal em minha residência, com mandato de busca e apreensão expedido por ninguém menos do que ministro Alexandre de Moraes", afirmou. "Quanta honra! Lamentei estar fora de Brasília e não poder recebê-los pessoalmente", completou.

Em março, o presidente do Supremo, Dias Toffoli, mandou abrir um inquérito contra "notícias fraudulentas fake news, denunciações caluniosas, ameaças e infrações revestidas de animus caluniandi, diffamandi ou injuriandi, que atingem a honorabilidade e a segurança do Supremo Tribunal Federal, de seus membros e familiares, extrapolando a liberdade de expressão".

Revista multada em R$ 100 mil

Alexandre de Moraes multou a revista Crusoé em 100 mil reais, mesmo após o veículo ter retirado a reportagem "O amigo do amigo do meu pai" do ar, afirma a publicação. O magistrado havia determinado a retirada do texto, que expõe e-mail da Odebrecht que cita o presidente da Corte, Dias Toffoli. Caso a matéria não fosse retirada, a multa de 100 mil reais seria imposta à Crusoé. A revista repudiou a decisão e denunciou o caso como censura.

A Crusoé diz ter sido notificada de que o desembargador Cesar Mecchi Morales, instrutor do gabinete de Alexandre, expediu despacho em que constatava o "descumprimento" da decisão, e reiterou que a matéria seja retirada do ar. A publicação afirma que, tão logo recebeu a primeira ordem de Alexandre, já retirou o conteúdo do ar.

O site informou que a reportagem tem como base um documento que consta dos autos da Operação Lava Jato. O empresário Marcelo Odebrecht encaminhou à Polícia Federal explicações sobre codinomes citados em e-mails apreendidos em seu computador em que afirma que o apelido "amigo do amigo do meu pai" refere-se ao ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo.

A explicação do empreiteiro se refere a um e-mail de 13 de julho de 2007, quando o ministro ocupava o cargo de Advogado-Geral da União (AGU) no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As informações enviadas por Marcelo Odebrecht foram solicitadas pela PF e são parte do acordo de colaboração premiada firmado por ele com a Procuradoria-geral da República. O delator está desde dezembro de 2017 em prisão domiciliar depois de passar cerca de dois anos presos em Curitiba.

"Há claro abuso no conteúdo da matéria veiculada, ontem, 12 de abril de 2019, pelo site O Antagonista e Revista Crusoé, intitulada 'O amigo do amigo de meu pai'", afirmou o ministro.

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