Quinze detentos foram mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, por volta das 12h30 deste domingo (26). Segundo a Secretaria de Comunicação do Governo do Amazonas, os óbitos aconteceram durante uma briga entre os presos. A situação foi controlada por volta das 15 horas, mas a falta de informações sobre as vítimas deixou dezenas de familiares sob tensão na entrada do Complexo. A unidade é a mesma onde em 2017 aconteceu um massacre que deixou 56 mortos.
O ataque começou durante horário de visita. Os parentes dos detentos foram retirados às pressas do local. Segundo o secretário de Segurança Pública do Estado, coronel Louismar Bonates, alguns assassinatos ocorreram na presença de parentes das vítimas.
Um grupo de mulheres chegou a bloquear o trânsito da BR-174, que fica em frente ao Compaj, mas uma equipe do Batalhão de Choque da Polícia Militar desobstruiu a via sob protestos.
Ainda de acordo com o secretário, foi determinado o reforço em outras unidades do sistema prisional, por medida de precaução. Helicópteros do Departamento Integrado de Operações Aéreas fizeram sobrevoo no sistema, durante a tarde.
Não há informações sobre fugas e não houve agentes penitenciários reféns.
Bonates comunicou que a secretaria investiga a motivação do motim. "As câmeras internas registraram todos os crimes e vamos encaminhar as informações à Justiça", declarou.
Denúncia. O Ministério Público denunciou à Justiça 213 pessoas acusadas de envolvimento com as mortes cometidas em 1º de janeiro de 2017. A investigação mostrou que integrantes da facção Família do Norte (FDN) perseguiram, capturaram, torturaram e mataram rivais do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O ataque seria o primeiro de uma série de massacres que se repetiu em Roraima e no Rio Grande do Norte e é atribuída à disputa entre as facções pelo controle do mercado de drogas ilícitas.