O governo estuda usar recursos não sacados do PIS/Pasep para reduzir o déficit em caixa. A medida representa um impacto primário que pode chegar próximo dos R$ 20 bilhões. O valor viria das contas que não forem sacadas e que estão depositados nos três bancos públicos - BNDES, Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF).
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, confirmou que o governo estuda concentrar no Tesouro Nacional os recursos do PIS/Pasep sem saques, mas não deu data para a medida começar. Waldery explicou ainda que já está tomada a decisão de fazer uma nova liberação do PIS/Pasep (inclui trabalhadores que contribuíram até outubro de 1988), faltando decidir a perna fiscal.
Em maio, o governo já havia sinalizado que estava estudando a proposta e que planeja liberar o saque das contas inativas.
A tentativa de trazer os recursos do fundo PIS/Pasep, que tem a maior parte de seu dinheiro no BNDES, já foi pensada no governo Michel Temer, que promoveu duas rodadas de liberação de PIS/Pasep, injetando cerca de R$ 18 bilhões na economia em dois anos.
O PIS/Pasep são contribuições sociais recolhidas pelas empresas e que ajudam a financiar benefícios a trabalhadores. No caso do BNDES, o dinheiro é aplicado no financiamento de obras de infraestrutura.