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Notícias | País Repercussão negativa

Após reportagem, Globo reconhece erro e pede desculpas a Heloísa Bolsonaro

Jornalista da Época acompanhou o curso de coaching oferecido pela psicóloga e publicou os acontecimentos vivenciados

Publicado em: 17.09.2019 às 11:22

Foto por: Reprodução
Descrição da foto: Casal: Heloísa é casada com Eduardo
O Conselho Editorial do Grupo Globo divulgou um comunicado na noite da última segunda-feira (16), reconhecendo que a revista Época cometeu um erro na reportagem sobre a profissão da hamburguense Heloisa Wolf Bolsonaro, mulher de Eduardo Bolsonaro e nora do presidente. A reportagem "O coaching on-line de Heloísa Bolsonaro: as lições que podem ajudar Eduardo a ser embaixador" teve uma repercussão negativa nas mídias e redes sociais, pois um jornalista da Época acompanhou o curso de coaching oferecido pela psicóloga e publicou os acontecimentos vivenciados no curso.

No dia da veiculação do conteúdo, o presidente Jair Bolsonaro usou sua conta oficial no Twitter para criticar ao jornalista da revista Época. Segundo o presidente, o jornalista "se passou por gay e fez sessões com minha nora Heloísa (psicóloga, esposa do Eduardo) e gravou tudo. O deveria ficar apenas entre os dois, por questão de ética, agora vem a público", escreveu.

Entenda

Um repórter da revista, que não havia se identificado, se submeteu a cinco sessões online com a psicóloga, e teria gravado sem o conhecimento dela. O material usado serviu de base para a reportagem da revista.

Leia a nota do Grupo Globo na íntegra

“Como toda atividade humana, o jornalismo não é imune a erros. Os controles existem, são eficientes na maior parte das vezes, mas há casos em que uma sucessão de eventos na cadeia que vai da pauta à publicação de uma reportagem produz um equívoco.

Foi o que aconteceu com a reportagem “O coaching on-line de Heloisa Bolsonaro: as lições que podem ajudar Eduardo a ser embaixador”, publicada na última sexta-feira. ÉPOCA se norteia pelos Princípios Editoriais do Grupo Globo, de conhecimento dos leitores e de suas fontes desde 2011. Mas, ao decidir publicar a reportagem, a revista errou, sem dolo, na interpretação de uma série deles.

É certo que em sua seção II, item 2, letra “h”, está dito: “A privacidade das pessoas será respeitada, especialmente em seu lar e em seu lugar de trabalho. A menos que esteja agindo contra a lei, ninguém será obrigado a participar de reportagens”. A letra “i” da mesma seção abre a seguinte exceção: “Pessoas públicas – celebridades, artistas, políticos, autoridades religiosas, servidores públicos em cargos de direção, atletas e líderes empresariais, entre outros – por definição abdicam em larga medida de seu direito à privacidade. Além disso, aspectos de suas vidas privadas podem ser relevantes para o julgamento de suas vidas públicas e para a definição de suas personalidades e estilos de vida e, por isso, merecem atenção. Cada caso é um caso, e a decisão a respeito, como sempre, deve ser tomada após reflexão, de preferência que envolva o maior número possível de pessoas”.

O erro da revista foi tomar Heloisa Bolsonaro como pessoa pública ao participar de seu coaching on-line. Heloisa leva, porém, uma vida discreta, não participa de atividades públicas e desempenha sua profissão de acordo com a lei. Não pode, portanto, ser considerada uma figura pública. Foi um erro de interpretação que só com a repercussão negativa da reportagem se tornou evidente para a revista.

Em sua seção 1, item 1, letra “r”, os Princípios Editoriais do Grupo Globo determinam: “Quando uma decisão editorial provocar questionamentos relevantes, abrangentes e legítimos, os motivos que levaram a tal decisão devem ser esclarecidos”. E o preâmbulo da mesma seção estabelece com clareza: “Não ha fórmula, e nem jamais haverá, que torne o jornalismo imune a erros. Quando eles acontecem, e obrigação do veículo corrigi-los de maneira transparente”.

É ao que visa esta Carta aos Leitores. Explicar o que levou à decisão editorial equivocada, reconhecer publicamente o erro e pedir desculpas a Heloisa Bolsonaro e aos leitores de ÉPOCA.”

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