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Notícias | País Caso Marielle Franco

Bolsonaro é citado em depoimento de caso Marielle Franco e STF é obrigado por lei a analisar situação

Élcio de Queiroz, entrou no condomínio e disse que iria para a casa do então deputado Jair Bolsonaro, mas se dirigiu para casa de Ronnie Lessa

Publicado em: 29.10.2019 às 21:57 Última atualização: 29.10.2019 às 22:58

Jair Bolsonaro é citado em depoimento e Supremo Tribunal Federal deve analisar situação Foto: Isac Nóbrega/PR
O porteiro do Condomínio Vivendas da Barra contou à polícia que, horas antes do assassinato, em 14 de março de 2018, o outro suspeito do crime, Élcio de Queiroz, entrou no condomínio e disse que iria para a casa do então deputado Jair Bolsonaro. Élcio é acusado pela polícia de ser o motorista do carro usado no crime. Estas informações foram obtidas pelo Jornal Nacional.

De acordo com a investigação, neste condomínio moram o principal suspeito de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, Ronnie Lessa. Também é o mesmo condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro tem duas casas.

Ainda segundo o Jornal Nacional, como houve citação ao nome do presidente, a lei obriga o Supremo Tribunal Federal (STF) analise a situação.

No dia do crime, o porteiro trabalhava na guarita que controla os acessos ao condomínio. Às 17h10 da data do crime, ele escreve no livro de visitantes o nome de quem entra, Élcio, o carro, um Logan, a placa, AGH 8202, e a casa que o visitante iria, a de número 58.

A voz do "seu Jair" no interfone

Segundo a reportagem, o porteiro contou que, depois que Élcio se identificou na portaria e disse que iria pra casa 58, ligou para a casa 58 para confirmar se o visitante tinha autorização para entrar. 

Disse também que identificou a voz de quem atendeu como sendo a do "seu Jair" – ele confirmou isso nos dois depoimentos.

No registro geral de imóveis, consta que a casa 58 pertence a Jair Messias Bolsonaro. O presidente também é dono da casa 36, onde vive um dos filhos dele, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PSL). 

O porteiro explicou que, depois que Élcio entrou, ele acompanhou a movimentação do carro pelas câmeras de segurança e viu que o carro tinha ido para a casa 66 do condomínio. A casa 66 era onde morava Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle e Anderson.

Lessa é apontado pelo Ministério Público e pela Delegacia de Homicídios como autor dos disparos.

O porteiro disse, em depoimento, que ligou de novo para a casa 58, e que o homem identificado por ele como "Seu Jair" teria dito que sabia para onde Élcio estava indo.

O Jornal Nacional pesquisou os registros da Câmara e encontrou uma contradição no depoimento do porteiro. Jair Bolsonaro estava em Brasília nesse dia, como mostram os registros de presença em duas votações no plenário: às 14h e às 20h30. Não poderia, portanto, estar no Rio.

No mesmo dia, Bolsonaro também postou vídeos nas redes sociais do lado de fora e dentro do gabinete em Brasília.

Fontes disseram à equipe de reportagem que os dois criminosos saíram do condomínio dentro do carro de Ronnie Lessa, minutos depois da chegada de Élcio, e embarcaram no carro usado no crime nas proximidades do condomínio.

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