O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi libertado nesta sexta-feira (8) da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpria pena de mais de oito anos de prisão, beneficiado de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), na véspera.
O líder histórico da esquerda saiu sorridente do prédio da Polícia Federal, onde cumpria pena desde abril de 2018, e foi cercado por uma multidão de simpatizantes que o aclamava.
Sua namorada, Rosângela da Silva, com quem Lula anunciou que se casaria quando estivesse livre, o abraçou assim que ele saiu do local.
O juiz federal Danilo Pereira Júnior determinou que não há mais fundamentos para a execução da sentença, depois da decisão, na véspera, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que as penas só sejam cumpridas após o esgotamento de todos os recursos legais, o chamado trânsito em julgado.
O anúncio foi recebido aos gritos de "Lula, guerreiro do povo brasileiro", repetidos por centenas de pessoas reunidas em frente à Superintendência da Polícia Federal, onde o ex-presidente (2003-2010) cumpre pena.
Os simpatizantes de Lula não são os únicos que aguardam ansiosos sua soltura. Sua namorada, Rosângela da Silva, conhecida como "Janja", tuitou após saber da decisão do STF na véspera: "Amanhã eu vou te buscar! Me espera!"
Lula foi condenado como beneficiário de um apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, oferecido pela empreiteira OAS em troca de mediação em contratos na Petrobras.
Mas o ex-sindicalista nega as acusações e se considera vítima de uma manobra jurídica para impedi-lo de disputar as eleições presidenciais de 2018, nas quais se elegeu o ultradireitista Jair Bolsonaro.
Sua posição ganhou força quando Bolsonaro nomeou o juiz Sergio Moro, emblema da Operação Lava Jato e autor da primeira condenação contra o ex-presidente (2003-2010), como ministro da Justiça.
Moro declarou nesta sexta-feira que a decisão do STF "deve ser respeitada", mas que "continuará" defendendo a prisão após uma condenação em segunda instância.
"O Congresso pode, no entanto, modificar a Constituição ou a lei" para permitir isso novamente, acrescentou".