O ministério da Agricultura identificou na última quinta-feira (16) a contaminação em outros seis produtos da cervejaria Backer, em Belo Horizonte, investigada por suposta relação com 18 casos de intoxicação - entre eles, 4 mortes. Ainda na quinta-feira, foram realizadas buscas em uma empresa que seria a fornecedora de pelo menos uma das substâncias encontradas nas cervejas.
A pasta identificou monoetilenoglicol e dietilenoglicol, substâncias tóxicas, em lotes das cervejas Capitão Senra, Pele Vermelha, Fargo 46, Backer Pilsen, Brown e Backer D2. A contaminação das cervejas Belorizontina e Capixaba, vendida no Espírito Santo, já havia sido identificada anteriormente.
Segundo o ministério, as análises identificaram contaminação em 21 lotes. O governo diz que todos os produtos da Backer estão sendo retirados do mercado. Na semana passada, a fábrica teve a interdição determinada pelo ministério.
A Polícia Civil cumpriu nesta quinta mandados de busca e apreensão em uma empresa de Contagem, na Grande BH, fornecedora de uma das substâncias que contaminaram as cervejas. "Recolhemos amostras, alguns documentos", afirmou o delegado Flávio Grossi.
Segundo ele, a empresa fornece produtos que "envolvem toda a cadeia de investigação, da contaminação inclusive". A Backer teria usado água contaminada na produção de bebidas, diz o ministério. E essa contaminação foi dentro da cervejaria - ainda não se sabe como. Um ex-funcionário da Backer e um ex-empregado da fornecedora deram depoimento.
Os registros de mortes e intoxicações investigadas aumentaram. Segundo a Secretaria de Saúde de Minas, são quatro mortes suspeitas de intoxicação por dietilenoglicol.
A Backer vem afirmando que usa só o monoetilenoglicol em seu processo produtivo e colabora com a investigação.