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Notícias | País Saúde

Entenda como funcionará a quarentena dos brasileiros vindos de Wuhan

A lista preliminar do Ministério das Relações Exteriores (MRE) inclui um total de 29 pessoas, sendo 24 brasileiros e 5 chineses, que são cônjuges ou pais dos cidadãos resgatados

Por Agência Brasil
Publicado em: 04.02.2020 às 21:25 Última atualização: 04.02.2020 às 21:25

Os ministros da Defesa, Fernando Azevedo e Silva e das as relações exteriores, Ernesto Araújo, detalham sobre repatriação de brasileiros que estão na China Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Os cidadãos brasileiros que estão em Wuhan, na China, serão repatriados em duas aeronaves reservas da Presidência da República e ficarão em quarentena por 18 dias, na Base Aérea de Anápolis (GO). A informação foi dada nesta terça-feira (4) pelos ministros Fernando Azevedo (Defesa) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores), em coletiva de imprensa para explicar como será feito o resgate. 

A operação começará quarta-feira (5), com a partida das equipes para a China, e terminará no próximo sábado (8), com a chegada das aeronaves diretamente na unidade militar onde os repatriados ficarão internados. Wuhan é o epicentro do surto mundial do coronavírus. 

O ministros da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, falou sobre repatriação de brasileiros que estão na China. "O presidente Jair Bolsonaro concordou em ceder as suas duas aeronaves VC-2, aeronaves reservas, [modelo] Embraer-190, com capacidade para 30 passageiros cada uma. Foi um gesto do presidente abrir mão das aeronaves", afirmou Fernando Azevedo. Segundo ele, a decisão de usar os aviões da Presidência da República foi tomada pelo próprio presidente para evitar a burocracia de uma licitação para fretamento de um voo e também por causa da precariedade da atual frota da Força Aérea Brasileira (FAB). As aeronaves cedidas dão apoio às viagens presidenciais, mas não são as utilizadas pelo presidente, que normalmente viaja em um avião maior, modelo Airbus.

"Os dois VC-2 decolam amanhã (5), às 12h, da Base Aérea de Brasília, com previsão de chegada em Wuham, na China na madrugada de sexta-feira, dia 7. O tempo que vão permanecer na China nós não sabemos, tem os procedimentos das autoridades chinesas e os nossos protocolos de saúde, e com previsão de chegada na madrugada de sábado, dia 8", acrescentou Azevedo. As duas aeronaves farão um total de quatro paradas técnicas de reabastecimento. Segundo o ministro da Defesa, após a partida em Brasília, as escalas serão feitas em Fortaleza, Las Palmas (Espanha), Varsóvia (Polônia) e Ürumqi (China), até o destino final em Wuhan (China).

A lista preliminar do Ministério das Relações Exteriores (MRE) inclui um total de 29 pessoas, sendo 24 brasileiros e 5 chineses, que são cônjuges ou pais dos cidadãos resgatados. No grupo estão também 7 crianças. Outras pessoas que requisitarem à embaixada brasileira em Pequim poderão ser incluídas nos voos, segundo o ministro Ernesto Araújo. "Se houver mais algumas pessoas que mudem de ideia e queiram voltar, serão contempladas, evidentemente. (...) É essencial que os brasileiros que desejam retornar fiquem em contato permanente com nossa embaixada em Pequim", afirmou.

O ministros das as relações exteriores, Ernesto Araújo, fala sobre repatriação de brasileiros que estão na China - Valter Campanato/Agência Brasil Quarentena.

Antes de embarcar, as pessoas a serem resgatadas serão submetidas a exames médicos prévios. Quem apresentar sintomas compatíveis com o coronavírus não poderá viajar. Além disso, deverão assinar um termo de compromisso para se submeterem à quarentena no Brasil. Os procedimentos de saúde serão realizados por uma equipe de seis profissionais de saúde do Instituto de Medicina Aeroespacial da FAB e um médica especializada do Ministério da Saúde, que estarão nos voos de resgate.

Na Ala 2 - Base Aérea de Anápolis, todos os repatriados, além da tripulação e da equipe médica responsáveis pelo resgate, deverão se submeter à quarentena de 18 dias. A unidade militar, que pertence à FAB, possui dois hotéis, que serão utilizados durante o período de observação. Ela foi vistoriada por equipes do governo na tarde de hoje.      

"Aqueles que não tem sintomas ficarão numa área branca. Qualquer problema temos ainda condição de passar para uma área amarela, todos em apartamentos individuais e, caso necessário, passar para uma área vermelha, [que é a] evacuação aeromédica para o Hospital das Forças Armadas, em Brasília", explicou o ministro Fernando Azevedo. 

Confira os termos do formulário enviado aos brasileiros que estão em Wuhan, segundo a defesa do grupo:

A quarentena no Brasil terá duração de 18 dias.
O preenchimento desse questionário é obrigatório.
Você ficará em quarto individual e deverá permitir aferir seus dados vitais diariamente, 3 vezes ao dia.
Se os indivíduos forem da mesma família poderá ficar no mesmo quarto se tiver disponibilidade.
Você não terá direito a visitas durante a quarentena.
Iremos coletar amostras respiratórias na sua chegada ao Brasil e décimo quarto dia.
Se apresentar algum sintoma durante a quarentena, outras amostras respiratórias poderão ser coletadas.
Não é permitido o embarque com animais e produtos agrícolas.
Você terá direito despachar uma bagagem de 23kg e levar uma bagagem de mão na cabine da aeronave de até 10kg nos padrões estabelecidos pela ANAC para voos nacionais e internacionais.
Ao desembarcar no Brasil os procedimentos legais e administrativos migratórios e aduaneiros serão realizados na base militar.
Não haverá viagem de retorno para China por conta do Estado.
Na chegada em Wuhan a equipe médica irá te examinar para certificar que você não tem nenhum sintoma.
Se for verificado qualquer sintoma sugestivo da infecção pelo novo coronavírus no momento do embarque você não será repatriado.

Emergência

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro encaminhou, ao Congresso Nacional, o projeto de lei que define as medidas sanitárias para enfrentamento do coronavírus e as regras para a repatriação e quarentena no Brasil dos cidadãos brasileiros que estão na China. Na mesma publicação, o Ministério da Saúde elevou o nível de alerta em saúde no caso do coronavírus de perigo iminente para emergência em saúde pública.

Projeto de lei

Em coletiva à imprensa na tarde de hoje, o secretário-executivo do Ministério da Saúde João Gabbardo dos Reis disse que o governo tem "alternativas" para medidas sanitárias contra o coronavírus caso o Congresso demore a aprovar o projeto de lei para prevenção, eventual enfrentamento da doença, repatriação e quarentena de cidadãos.

"Não vamos fazer pressão sobre o Legislativo", disse ao assinalar que o PL vai ganhar prioridade conforme os comandos da Câmara dos Deputados e do Senado.

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira governo dispõe arcabouço legal de normas de vigilância e até do Código Penal que regra o trabalho de prevenção e combate a epidemias e garante ao Estado instrumentos coercitivos de cumprimento de decisões sanitárias.

Reunião com secretários

Na próxima quinta-feira (6), o Ministério da Saúde promove reunião com os secretários de saúde dos estados e das capitais, além da representação do conjunto dos 5.570 municípios brasileiros, para discutir o Coronários.

Vão ser tratados planos de contingência, funcionamento de hospitais referência, logística para os exames em laboratório, licitação para contratação de leitos para eventuais atendimentos e rateio de custos.

*Colaborou Gilberto Costa

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