A economia brasileira cresceu apenas 1,1% em 2019, dois décimos a menos do que nos dois anos anteriores, decepcionando as expectativas de um rápido avanço impulsionado pelo receituário liberal aplicado pelo presidente Jair Bolsonaro em seu primeiro ano de governo. As expectativas do mercado no início de 2019 eram de um crescimento de 2,5%.
Entre os economistas, já há quem chame os anos 2010 de “década frustrada”. O movimento tende a se repetir este ano, com os efeitos do surto do novo coronavírus como vilão da frustração.
Em 2019, a agricultura e os serviços cresceram 1,3% e a indústria 0,5% em relação a 2018.
Pelo lado da demanda, os motores foram os investimentos em capital fixo (+ 2,2%) e consumo das famílias (+ 1,8%), enquanto as compras do governo caíram 0,4%.
Bolsonaro chegou ao poder em janeiro de 2019 com forte apoio dos mercados, que viram em seu programa de ajustes e privatizações um caminho rápido para garantir o crescimento do país após dois anos de recessão (com queda do PIB de 6,7% entre 2015 e 2016) e outros dois anos de crescimento fraco (+ 1,3% em 2017 e 2018).
"São três anos de resultados positivos, mas o PIB ainda não anulou a queda de 2015 e 2016 e está no mesmo patamar do terceiro trimestre de 2013", afirmou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
Em valores correntes, o PIB do Brasil foi de 7,257 trilhões de reais.