O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, vai prestar depoimento neste sábado (2) à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República, em Curitiba (PR), sobre as acusações de intervenção de Bolsonaro na PF. Moro deixou o ministério na semana passada fazendo acusações diretas ao presidente e exibiu, no Jornal Nacional, da TV Globo, mensagem de Bolsonaro cobrando mudança no comando da PF, por causa de investigações envolvendo deputados bolsonaristas.
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Na manhã deste sábado, o presidente Jair Bolsonaro disse que não será alvo de nenhum "golpe" em seu governo. A declaração foi dada a um grupo de apoiadores que se aglomeravam em frente ao Palácio do Alvorada. "Ninguém vai fazer nada ao arrepio da Constituição", disse Bolsonaro. "Ninguém vai querer dar o golpe para cima de mim, não", declarou. Após o comentário, Bolsonaro entrou no carro e partiu, sem dizer exatamente ao que se referia. A assessoria do presidente não informou o destino de Bolsonaro ao deixar o Alvorada.
Bolsonaro enfrenta um momento de forte desgaste com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e com o Supremo Tribunal Federal. No dia 20 de abril, ele participou de um ato público que pedia intervenção militar no País e o fechamento da Câmara e do STF.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada neste sábado, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, disse que, numa democracia, a maneira de se administrar a decepção é com eleições. "Impeachment é a última opção", afirmou. Sem se debruçar sobre acusações com potencial de levar Bolsonaro a deixar o governo depois de Dilma Rousseff (2016) e Fernando Collor (1992), o ministro foi taxativo: "É preciso que os fatos sejam graves, demonstrados".