As perdas no setor calçadista brasileiro em função da pandemia do novo coronavírus estão se acumulando desde março deste ano. E as quedas semanais que são registradas na atividade representarão fortes quedas no setor. A estimativa é que a produção de calçados volte aos patamares de 16 anos atrás e a exportação retorne aos níveis de 37 anos atrás. A projeção da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) foi revelada na tarde desta quinta-feira (14) pela coordenadora de Inteligência de Mercado da entidade, Priscila Linck, durante a primeira edição online do Análise de Cenários.
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Encontro tradicional dos calçadista teve ainda a participação do economista e consultor da Abicalçados, Marcos Lélis. "Essa não é uma crise que vai bater e voltar, ela pode ficar muito tempo. O que vivemos hoje é uma crise com uma repercussão muito maior que a sentida nos anos de 1930", afirma Lélis, ao dizer que a incerteza é muito grande. Em relação a economia brasileira, o consultor comenta que os impactos podem ser maiores pelo fato de que o País ainda não tinha conseguido se recuperar da crise de 2015 e 2016. "Temos hoje um tecido econômico fragilizado e precário. Temos que trabalhar de duas formas: minimizar o problema da distribuição de renda e melhorar a produtividade da economia." Já Priscila salienta, ainda, que para abril deste ano a queda projetada é de 70,5%.
57 mil postos de trabalho - é o cenário pessimista estimado de perda para 2020.
O último relatório divulgado pela Abicalçados mostrava que o setor já havia demitido 30,9 mil pessoas neste ano.
717 milhões - É a projeção otimista para a produção de calçados neste ano. Já a pessimista é de 643 milhões. Setor volta ao patamar registrado em 1983.
89 milhões - É a perspectiva otimista de pares exportados pelo setor neste ano. Já a pessimista é de 80 milhões. Atividade recua aos níveis obtidos há 37 anos, diz a Abicalçados.