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Notícias | País Entorpecentes

Plantações de maconha aumentam pelo Brasil e se espalham pela Amazônia

Entre 2019 e 2020, centenas de áreas de cultivo da droga foram encontradas e destruídas em 30 municípios no sertão da Bahia e Pernambuco

Por Estadão Conteúdo
Publicado em: 18.07.2020 às 12:30

Foto por: Divulgação / BM
Descrição da foto: Casal é preso com plantação de maconha em Gramado
As plantações de maconha em território nacional identificadas pela Polícia Federal deixaram de ser restritas ao chamado Polígono da Maconha, no sertão da Bahia e Pernambuco. Relatório de investigações obtido pelo Estadão mostra que, entre 2019 e 2020, centenas de áreas de cultivo da Cannabis sativa - nome científico da planta - foram encontradas e destruídas em 30 municípios desses dois Estados, mas também afloraram no Maranhão e no Pará, avançando para a Amazônia Legal.

Um conjunto de fatores, que inclui o encarecimento da importação do produto e a migração de facções criminosas para o interior do País, fez com que o número de pés de maconha identificados e destruídos pela Polícia Federal saltasse de 968.027 em 2018 para 1.585.759 em 2019. De janeiro a 10 de julho deste ano, a PF já havia localizado outras 303 áreas e destruído 983.117 unidades da planta.

O relatório da PF mostra que, nos últimos 10 anos, o País nunca deixou de produzir maconha em seu próprio território. A novidade, agora, é o avanço sobre áreas adensadas da Amazônia, onde o rastreamento identificou 95 plantações - o equivalente a 18 campos de futebol.

Desde o ano passado, foram encontradas plantações em Garrafão do Norte (município localizado na região do Alto Rio Guamá), Nova Esperança do Piriá, Concórdia do Pará e outros municípios paraenses. Concórdia fica próxima ao Rio Capim, na Baía do Marajó, de onde a maconha é escoada de barco para grandes centros do País.

A última operação deste tipo na Amazônia havia ocorrido em 2015, mas com inexpressiva área de plantio encontrada. Segundo investigadores da PF ouvidos pela reportagem, antes, as plantações de maconha eram controladas por famílias nativas dessas regiões, que eram recrutadas pelo crime organizado.

Agora, os agentes identificaram células das próprias facções criminosas, como do Primeiro Comando da Capital (PCC), montadas para tomar conta dos plantios em cidades no interior do Nordeste e na Amazônia.

Os agentes da PF relatam que a maconha tem sido encontrada cada vez mais adensada na caatinga. Para despistar a polícia, os plantadores costumam escamotear os pés da Cannabis em meio a plantações de macaxeira (mandioca) e outras culturas nativas da região.

Polígono da Maconha

O Polígono da Maconha é composto por mais de 10 municípios da Bahia e Pernambuco. Entre os anos 1970 e 2000, a região chegou a produzir maconha suficiente para abastecer 40% do mercado nacional.

Entre 2005 e 2010, a fiscalização na região foi intensificada com a criação de uma superintendência local da PF, o que provocou o êxodo de famílias que controlavam o plantio para outras regiões do Norte e Nordeste.

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