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A partir desta segunda-feira | Greve dos caminhoneiros divide a categoria no País

Entidades como Federação dos Caminhoneiros do Rio Grande do Sul são contra paralisação convocada por conselho nacional

Por Agência Estado
Publicado em: 31.01.2021 às 00:00 Última atualização: 01.02.2021 às 14:31

Em maio de 2018, greve dos caminhoneiros causou a falta de combustíveis nos postos e de produtos no mercado Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Convocada a partir de desta segunda-feira (1º), pelo Conselho Nacional dos Transportadores Rodoviários de Cargas (CNTRC), a greve dos caminhoneiros divide a categoria no País e no Rio Grande do Sul. De acordo com o presidente do CNTRC, Plínio Dias, a paralisação será por tempo "indeterminado" e ocorrerá em 22 estados. A pauta do movimento tem dez reivindicações, mas Dias diz que o fim da política de paridade de preços internacionais dos combustíveis adotada pela Petrobras é a mais urgente.

Outro ponto considerado urgente é a modificação da redação do projeto 4199/2020, o BR do Mar, que, segundo Dias, dá vantagem para empresas estrangeiras no transporte de cabotagem, o que favorecia a contratação de empresas frotistas para fazer o frete em detrimento de caminhoneiros autônomos.

A pauta também discute aposentadoria especial para a categoria, o cumprimento do piso mínimo do frete, estabelecido em 2018 após a paralisação de 11 dias, respeito à jornada de trabalho e maior fiscalização da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), entre outras reivindicações.

Apesar de concordarem com as reivindicações, outras entidades do setor são contra a paralisação. A Confederação Nacional dos Caminhoneiros e Transportadores Autônomos de Bens e Cargas (Conftac), composta por diversas federações estaduais, incluindo a do Rio Grande do Sul, emitiu nota na qual informa que não reconhece o CNTRC como representante dos caminhoneiros autônomos, "pois não existe de fato nem de direito". "O momento não é oportuno para a realização de um movimento de paralisação, visto os danos irreparáveis que podem ser gerados para a sociedade brasileira", se posicionou em nota.

A Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Autônomos (Abrava) e a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) são outras entidades que não participarão da greve. Ambas também afirmaram que o momento atual, no meio da pandemia de Covid-19, não é propício para greves.

O presidente da Abrava, Wallace Landim, conhecido como Chorão, um dos principais líderes da greve de caminhoneiros de 2018, reconheceu que a categoria não pode ficar de "braços cruzados" e precisa reivindicar as conquistas do movimento anterior, em 2018, mas argumentou que a manifestação atual ganhou cunho político e está polarizada, com parte defendendo o presidente Jair Bolsonaro e outra parte contrária.

No final de semana, Bolsonaro pediu que a categoria não entrasse em greve e que se isso acontecer, o "Brasil todo perderia". O governo federal cogita reduzir ou zerar o PIS/Cofins sobre o diesel. No entanto, para a CNTRC, isso não é suficiente para evitar a paralisação.

Dirigente acredita que movimento não terá muita força

Na CNTA, o assessor executivo Marlon Maues reconhece que existe uma insatisfação da categoria, mas afirma que a paralisação deveria ser o último recurso para pleitear interesses.

"A CNTA tem uma agenda positiva junto ao governo há dois anos, com 18 pontos, e reuniões quinzenais ou mensais com o Ministério da Infraestrutura para estender e destravar a contratação do trabalhador autônomo. Hoje, fica claro que o movimento é político e conduzido por partidos de esquerda para usar os caminhoneiros como massa de manobra", afirma Maues, destacando que a CNTA representa mais de 1 milhão de trabalhadores.

Para a confederação, o movimento não deve ter muita força. Segundo sondagens próprias com sindicatos, 80% dos caminhoneiros do Brasil querem trabalhar, até porque é período de safra, segundo Maues.

Em apoio ao movimento, Sindipetro-RS prevê ações

Em apoio a greve dos caminhoneiros, Sindipetro-RS vai promover mais uma edição da campanha "Gás a preço a Justo". Serão subsidiados, pela metade do preço, cem botijões de gás de cozinha de 13 quilos. Eles serão vendidos à população no valor de 35 reais. A ação será às 17 horas desta segunda-feira na esquina entre a Avenida Padre Claret com a Rua Passo Fundo, no Centro de Esteio.

Também nesta segunda, a partir das 7h30, será realizado um ato em frente à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas. Em caso de chuva, o evento será transferido.

O objetivo da campanha, segundo o sindicato, é mostrar que é possível vender o gás de cozinha a um preço mais baixo do que está sendo praticado hoje no mercado, levando-se em consideração o custo de produção nacional, mantendo o lucro das distribuidoras, revendedoras, da Petrobrás e a arrecadação dos impostos dos estados e municípios.


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