O Ministério da Saúde recuou nesta quarta-feira, 24, e voltou a orientar que metade do novo lote da CoronaVac seja reservado para garantir a aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid-19. No último dia 19, o general Eduardo Pazuello disse a prefeitos que não seria mais necessário reter vacinas, pois o fluxo de entrega de novos lotes permitiria repor estoques a tempo de completar a imunização.
O intervalo recomendado para a aplicação das doses da vacina feita pela farmacêutica chinesa Sinovac e distribuída no Brasil pelo Instituto Butantan é de 21 dias. Prefeitos e governadores vinham cobrando que o Ministério da Saúde confirmasse a orientação de Pazuello em uma nota técnica, mas a pasta manteve as recomendações anteriores.
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Segundo apuração, a área técnica foi pega de surpresa pela promessa do general aos ministros e não quis validar a nova regra, pois há risco de que novas vacinas não cheguem a tempo da aplicação da segunda dose. "Tendo em vista o intervalo entre a D1 e D2 (2 à 4 semanas), e considerando que ainda não há um fluxo de produção regular da vacina, orienta-se que a D2 seja reservada para garantir que o esquema vacinal seja completado dentro desse período, evitando prejuízo nas ações de vacinação", diz informe técnico da pasta.
"Destarte, essa pauta prevê um total de 1,2 milhão de doses da Vacina Sinovac/Butantan, correspondente à entrega das D1 (dose 1) e D2 (dose 2) do esquema vacinal e 2 milhões de doses da Vacina AstraZeneca/Fiocruz correspondente à entrega da D1", registra o informe técnico da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS).
Em nota, o Ministério da Saúde disse que a chegada de novos imunizantes vai permitir a vacinação de novos grupos prioritários: "Serão priorizadas pessoas de 85 a 89 anos, pessoas de 80 a 84 anos, 3.837 indígenas e 8% dos trabalhadores da saúde".
A região Norte irá receber 5% do total de doses de vacinas em cada fase de distribuição. "Desse total, 70% ao Amazonas, 20% ao Pará e 10% Acre, para também atender aos seguintes grupos prioritários", diz a Saúde. No Amazonas a ideia é já vacinar pessoas de 60 a 69 anos.
"A nova remessa de vacinas do Butantan corresponde à entrega de duas doses, sendo necessário que estados e municípios façam a reserva da segunda dose para garantir que o esquema vacinal seja completado no período recomendado de 2 a 4 semanas", afirma nota da Saúde, contradizendo Pazuello.
No comunicado, a pasta volta a afirmar que 50% da população deve ser vacinada até julho. O cronograma de Pazuello, porém, prevê a aplicação de vacinas ainda em negociação com o governo e que devem dados de segurança e eficácia à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como a Covaxin e a Sputnik V.
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