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Preocupada com variante brasileira, França suspende todos os voos com o Brasil

Até o momento, a P1 representa apenas 0,5% dos casos no território francês, mas devido à falta de controle da epidemia no Brasil, as mutações tendem a se multiplicar, alertam especialistas

Por Estadão Conteúdo
Publicado em: 13.04.2021 às 13:46 Última atualização: 13.04.2021 às 13:47

O governo francês decidiu suspender "até novo aviso" todos os voos entre Brasil e França por causa de preocupações em torno da variante brasileira da Covid-19, anunciou nesta terça-feira (13) o primeiro-ministro Jean Castex. "Constatamos que a situação está se agravando e por isso decidimos suspender até novo aviso todos os voos entre Brasil e França", explicou o chefe de governo durante sessão de perguntas na Assembleia Nacional.

A situação de saúde no Brasil não parou de se agravar desde fevereiro, em parte, devido ao aparecimento de uma variante do vírus, conhecida como P1, considerada mais contagiosa e perigosa. Embora na França a variante brasileira P1 represente apenas 0,5% dos casos diagnosticados, onde a cepa britânica é predominante, os profissionais da saúde vêm alertando há alguns dias para a disseminação dessa cepa.

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A oposição exigiu que o governo interrompesse os voos com o país. "No início, pode parecer trivial, depois pode aumentar muito rapidamente", comentou o epidemiologista Antoine Flahaut no jornal Le Parisien.

Com mais de 99 mil mortos e quase 6 mil pacientes em unidades de terapia intensiva, a França ainda sofre com a terceira onda de coronavírus e os indicadores não mostram melhora, deixando em aberto a questão sobre um relaxamento das restrições.

Pressão

A pressão para suspender os voos para o Brasil cresceu na França. O líder da oposição conservadora na Assembleia Nacional, deputado Damien Abad, disse nesta terça-feira que o fechamento das fronteiras é "útil e absolutamente necessário", no momento em que especialistas alertam sobre a gravidade da pandemia no Brasil e recomendam a adoção de um isolamento obrigatório e vigiado de pelo menos dez dias a todos os viajantes provenientes do país.

O pediatra Rémi Salomon, presidente da comissão profissional de médicos que trabalham nos 39 hospitais públicos da região parisiense, defendeu que a França faça como Portugal, que interrompeu temporariamente voos provenientes do Brasil.

Até o momento, a variante brasileira P1 representa apenas 0,5% dos casos diagnosticados no território francês. Mas devido à falta de controle da epidemia no Brasil, as mutações tendem a se multiplicar e se tornar resistentes às vacinas, advertem os especialistas.

O ministro francês dos Transportes, Jean Baptiste Djebbari, havia afirmado na segunda-feira que a França é obrigada a manter as conexões aéreas com o Brasil, segundo um parecer do Conselho de Estado, instância que avalia o cumprimento da Constituição. "O Conselho de Estado nos disse que cidadãos franceses e residentes na França, em nome da liberdade de circulação, devem poder continuar a vir, o que não foi o caso de Portugal ou de outros países", explicou.


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