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Notícias | País IMAGEM PREJUDICADA

Caminhoneiros processam Bolsonaro e seus apoiadores por atos no 7 de Setembro

Sob liderança do caminhoneiro 'Zé Trovão', promessa de paralisação da categoria ganhou força nas redes sociais às vésperas do feriado

Por Estadão Conteúdo*
Publicado em: 08.09.2021 às 17:09 Última atualização: 08.09.2021 às 17:18

O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), entidade que reúne associações de caminhoneiros, entrou com uma ação civil pública junto à 20ª Vara Federal Cível do Distrito Federal contra a União, o presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores na esteira das manifestações organizadas no 7 de Setembro. A investida tem apoio da Frente Parlamentar dos Caminhoneiros e Celetistas.

O CNTRC argumenta que a base bolsonarista usou a categoria angariar apoio político aos atos pró-governo realizados no feriado. A entidade pede indenização de R$ 50 milhões por danos patrimoniais, extrapatrimoniais e morais coletivos.

"Apoiadores políticos como cidadãos envolveram a classe dos caminhoneiros na pseudo-paralisação sem qualquer pauta jurídica por direitos, como se fossem os responsáveis por atos vistos por grande parte do mundo como antidemocráticos. A circunstância afeta a imagem da categoria", informou ao blog o CNTRC.

O conselho se opõe ao discurso do presidente, classificado na ação como "inconstitucional, antidemocrático e antieconômico".

"As condutas do Presidente da República Jair Bolsonaro extrapolam os limites da ofensa individual e específica, já que o discurso proferido consagra afetação à toda a coletividade, transmutando em elemento de autoafirmação atentatória à existência do Estado Democrático de Direito, com todas as consequências jurídicas de responsabilização", argumenta a entidade.

Convocados por 'Zé Trovão'

Sob a liderança do cantor sertanejo e ex-deputado Sérgio Reis e do caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, o 'Zé Trovão', uma promessa de paralisação das atividades da categoria ganhou força nas redes sociais às vésperas do feriado. Pelas mensagens postadas, os profissionais cruzariam os braços em 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil, em um movimento que engrossaria outras manifestações públicas que já estavam programadas a favor do governo.

"O assédio moral pelo abuso estratégico do poder econômico constrangendo o caminhoneiro celetista a agitar a paralisação para manter-se empregado e, quanto ao caminhoneiro autônomo habitual, provoca dificuldade artificial de continuidade do frete caso não aceite participar das mobilizações, param as máquinas colheitadeiras e tratores dificultando a operação de produção, distribuição e transporte", diz outro trecho da ação.

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