Recife corre o risco de ser 'engolida' pelo mar, diz painel da ONU
De acordo com o Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas, aumento do nível do mar seria apenas um dos efeitos das mudanças climáticas que afetam o planeta
Aspectos como geografia, densidade demográfica e desigualdade social podem favorecer que Recife, capital de Pernambuco, seja 'engolida' pelo mar. De acordo com o Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU), uma das capitais mais turísticas do Brasil pode estar ameaçada pelo avanço do nível do mar.
Conforme o G1, o relatório aponta que a cidade de Recife é a 16ª do planeta que corre maior risco, segundo especialistas.
Volta às aulas presenciais será obrigatória em SP a partir de segunda
Bolsonaro diz que vai determinar reversão da taxa adicional na conta de luz
O aumento do nível do mar seria apenas um dos efeitos das mudanças climáticas que afetam o planeta.
O relatório mais recente do IPCC, divulgado em agosto, mostra que humanos contribuem para o aumento de 1,07°C na temperatura do planeta.
A prefeitura da capital pernambucana publicou, há dois anos, um decreto reconhecendo o problema climático e, com isso, os desafios que a cidade precisará enfrentar. Inclusive, que o assunto seria incluído nas temáticas escolares.
Até esta sexta-feira (15), Recife recebe o Fórum Internacional Recife Exchange Netherlands (RXN), que tem como objetivo debater estratégias sobre o avanço do nível do mar no Recife e nos Países Baixos. Neste evento, pesquisadores buscam, também, pensar formas de se adaptar ao avanço do mar.
Marcus Silva, professor do departamento de oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), afirma que durante o século 20 o nível do mar tenha elevado entre 30 e 40 centímetros. No entanto, cada região é afetada diferentemente pela mudança.
Especialistas apontam que a velocidade com que o mar avança tem aumentado de forma exponencial. "Temos um patrimônio histórico e cultural muito próximo do mar, e isso aliado a um adensamento populacional e uso do solo extremos, dentro de uma zona costeira. Há uma população em vulnerabilidade social, porque no Recife a desigualdade, a diferença social é grande", diz Silva.
A prefeitura, por meio de nota, afirmou que busca caminhos e soluções que dialoguem com a agenda global de sustentabilidade e que a cidade "vem adotando uma série de medidas através de um planejamento público para mitigação dos futuros impactos de forma coordenada, integrada e em parcerias locais e internacionais".