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Notícias | País TRAGÉDIA NO RJ

Prefeitura de Petrópolis expande cemitério para enterrar vítimas das chuvas

Já são mais de 110 vítimas no município

Por Marcio Dolzan/Estadão Conteúdo
Publicado em: 17.02.2022 às 18:56 Última atualização: 17.02.2022 às 19:00

O número de mortes provocadas pela chuva em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, atingiu 111 às 18h10 desta quinta-feira (17). Segundo o G1, dos 101 corpos que estão no Instituto Médico Legal (IML), 65 são de mulheres e 36 de homens. Desses, 13 são crianças e adolescentes.

Prefeitura de Petrópolis expande cemitério para enterrar vítimas das chuvas
Prefeitura de Petrópolis expande cemitério para enterrar vítimas das chuvas Foto: Bombeiros RJ

O silêncio do luto no Cemitério Municipal de Petrópolis foi quebrado na tarde desta quinta-feira, pelo som das roçadeiras. Enquanto familiares enterravam vítimas das fortes chuvas em covas rasas abertas pela prefeitura numa área íngreme ao fundo no cemitério, alguns metros acima funcionários tratavam de derrubar a mata para garantir mais espaço para sepultamentos.

Pelo menos 25 covas foram abertas nesta quinta. Questionado sobre quantas outras ainda seriam necessárias, um funcionário foi taxativo: "Quantas forem precisas". Por lá, 17 sepultamentos de vítimas das chuvas estavam previstos para acontecer somente nesta quinta. Mais de cem pessoas morreram em decorrência do temporal que atingiu a cidade na terça-feira.

Um dos que causaram maior comoção foi o de Débora Listenberg Moreira, de 22 anos. Ela foi enterrada junto com os filhos, Gustavo, de cinco anos, e Heloíse, de apenas dois. "Quando deu o primeiro raio, uma pedra deslizou, bateu na parede da casa e já levou eles", narrou Mariana Azevedo, cunhada de Débora. "Ela era uma pessoa muito tranquila e dedicada às crianças. Era muito nova, mas corria muito atrás das coisas e passou por muita coisa difícil. Ela perdeu a mãe há três anos. A dedicação que tinha pelos filhos que faz essa comoção toda."

Uma hora antes, quem havia sido sepultada nas covas emergenciais abertas pela prefeitura era Zilmar Batista Ramos, de 54. Funcionária de um posto de saúde do município, ela morreu após o ônibus onde estava ser arrastado pela correnteza.

"Ela estava no ônibus indo buscar minha irmã na escola. No desespero pelas chuvas, ela tentou buscar minha irmã", narrou Vitoria Ramos Alves, de 24, filha de Zilmar. "Uma vizinha nossa estava junto no ônibus e contou que não deu tempo de ela sair."

Vitória contou que a mãe era "como uma força da natureza, impetuosa". "Ninguém parava ela, não. Quando colocava algo na cabeça, ela ia e fazia. Abraçava e defendia todos, tanto é que quis ir buscar minha irmã", acrescentou.

Com a identificação das vítimas sendo acelerada a partir da chegada de peritos da Polícia Civil, os sepultamentos em série no Cemitério Municipal de Petrópolis devem se intensificar nos próximos dias.

Defesa Civil acionou 14 sirenes para alertar chuva forte

A Defesa Civil de Petrópolis acionou 14 sirenes do primeiro distrito da cidade como alerta para a previsão de chuva forte. Alertas também foram enviados por SMS e propagados em meios de comunicação, informou a prefeitura da cidade da Região Serrana do Rio. 

São previstas pancadas de chuva de intensidade moderada a forte para quinta, sexta e sábado. "Nesse período podem ocorrer raios e rajadas de vento forte", comunicou a prefeitura. Os moradores das localidades da 24 de Maio, Ferroviários, Vila Felipe (Chácara Flora), Sargento Boening, São Sebastião (Adão Brand, Vital Brasil) e Siméria foram alertados, detalhou o poder municipal.

Um deslizamento foi registrado nesta quinta-feira e a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros precisaram determinar que as pessoas saíssem da Rua Nova (também conhecida como 24 de Maio). Equipes estivaram no local à tarde orientando a população para que saísse da área de risco e siga para locais seguros. Os moradores foram levados para um ponto de apoio nas proximidades, onde receberão auxílio.

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